O grupo Galp pretende investir cerca de 98,7 milhões de euros na ampliação da central fotovoltaica de Ourique, no distrito de Beja, estando o projeto em fase de consulta pública até ao dia 06 de maio.
Segundo o resumo não técnico do Estudo de Impacte Ambiental (EIA), consultado hoje pela agência Lusa, o projeto “Central Fotovoltaica Ourique II” é da responsabilidade da empresa ISDC – International Solar Development Corporation, que integra o grupo Galp.
Com um período de vida útil de “cerca de 30 anos”, a nova infraestrutura terá uma capacidade de 158,33 megawatts (MW) e pretende “complementar” a capacidade já instalada na central fotovoltaica de Ourique, de 250 MW.
O projeto prevê a colocação de 239.904 painéis fotovoltaicos numa área de 248,2 hectares na União das Freguesias de Panóias e Conceição, no concelho alentejano de Ourique, estimando-se uma produção de cerca de 357.767 megawatts hora por ano (MWh/ano).
Segundo o EIA, está previsto que as obras de construção possam iniciar-se “no primeiro semestre de 2023” e estar concluídas “no segundo semestre de 2024”.
A energia produzida será depois “vendida” em “mercados organizados ou através da celebração de contratos bilaterais com clientes finais ou com comercializadores de eletricidade”, pode ler-se no documento.
De acordo com o mesmo estudo, a central Ourique II “irá contribuir para o cumprimento das metas nacionais de produção de energia a partir de fontes renováveis”.
A par desta meta, o investimento visa “ser um polo dinamizador de estratégias de sustentabilidade para o concelho de Ourique” e “chamar” para este município “investigadores doutorandos em áreas relacionadas com a energia solar”.
Os promotores da nova infraestrutura ambicionam igualmente “dinamizar, em parceria com a Câmara Municipal de Ourique, a estratégia regional de reativação, eletrificação e requalificação” da linha ferroviária entre Beja e Funcheira.
São também objetivos do projeto da ISDC “viabilizar uma estratégia de combate à desertificação e de incremento da capacidade de retenção da água da chuva” e instalar no local um rebanho de 2.000 ovelhas campaniças, uma “raça local em vias de extinção”.