15.4 C
Vila Viçosa
Sábado, Abril 27, 2024

Ouvir Rádio

Data:

Partilhar

Recomendamos

‘Geraldo e Samira – Uma Ópera para Évora’ um espetáculo “cheio de vida, cor e movimento”, diz compositor (c/som)

Nos dias 31 de agosto e 1 de setembro, o Jardim da Palmeira, em Évora, recebe o épico inédito “Geraldo e Samira – Uma Ópera para Évora” que não é mais do que um tributo à cidade museu e à sua importância na independência de Portugal. Um tributo feito de ficção, música e dança que parte dos amores e desamores, alianças e traições de dois dos mais destacados personagens da iconografia eborense: Geral Sem Pavo e a moura Samira.

A Rádio Campanário falou com o compositor Amílcar Vasques-Dias e procurámos saber algo mais sobre o homem e a obra.

Amílcar começa por se descrever aos nossos microfones como “compositor e pianista, resido em Évora, embora seja do Minho, já resido no Alentejo faz mais de 20 anos”.

A ópera surgiu de “um desafio para compor uma ópera para a cidade de Évora baseado na personagem de Geraldo Sem Pavor”, conta-nos o compositor.

Questionado pela RC se a obra foi feita exclusivamente para a cidade de Évora, o compositor e pianista refere que “sim”, acrescentando que “foi baseada noutra ópera que realizei faz dois anos em Almada e que passou também aqui por Évora”, como foi um projeto tão envolvente e com tanta aceitação “a Câmara Municipal de Évora propôs que eu realizasse esta outra peça”.

Numa altura em que Évora é candidata a capital europeia da cultura 2027, Amílcar acredita que esta ópera pode ser uma mais valia, uma vez que “não existiu uma ópera deste calibre que envolva tantos músicos e cantores e que tenha sido realizada em Évora e para Évora”.

“A obra é não só original pela temática, mas também pelo facto e envolver pessoas de Évora, como é caso dos figurantes que vão desde crianças até adultos”
Amílcar Vasques-Dias

O compositor explica então que “os cantores de craveira nacional e internacional, a orquestra de 20 músicos e a colaboração do coro Eborae Mvsica elevam a dimensão da peça”, que conta com uma introdução feita em especial para o coro Eborae Mvsica”.

Muitos meses de trabalho e preparação foram empregues, tendo “toda a preparação começou em julho, os ensaios mais intensivos começaram a 12 de agosto”, segundo nos conta Amílcar Vasques-Dias.

Relativamente ao local, o compositor considera “o Jardim da Palmeira é um espaço cénico perfeito, pois não é preciso acrescentar nada, temos a natureza, as muralhas, só é preciso mesmo o palco”.

Naquilo que concerne ao cenário, embora sem querer levantar muito a ponta do véu, Amílcar explica-nos que “a ópera desenvolve-se essencialmente em dois espaços, o espaço do Alcaide e o espaço do Geraldo”, acrescentando que “fora do normal é na primeira cena do primeiro ato termos a presença de um grupo de músicos espanhóis e do norte de África que fará a interpretação da música, contando também com uma bailarina que será a primeira cena na Alcáçova”.

O pianista considera o tema da ópera “muito forte sobre o ponto de vista humano, dado que relata uma relação de amor de sonho entre uma muçulmana e um conquistador cristão que participou ativamente na reconquista encetada por D. Afonso Henriques”.

Questionámos Amílcar Vasques-Dias sobre o público alvo, ao que o compositor nos explica que “é para todas as idades”, acrescentando que “a começar pela idade dos figurantes que vai desde os 11 anos até 70 anos, a toda a interação que a ópera convida, podemos dizer que é uma peça para todos”.

“Tenho a certeza que será um espetáculo que vai agradar a todas as pessoas”
 
Amílcar Vasques-Dias

Do ponto de vista pessoal, o compositor refere que “a música que escrevo não é para fazer concessões que facilitem a audição, mas também não é nada daquilo que as pessoas pensam sobre o ponto de vista contemporâneo, como ruidosa, agressiva e dissonante”, acrescentando que “a minha intenção é que a peça seja expressiva sobre aquilo que se vê e se escuta”.

Relativamente ás expetativas, Amílcar Vasques-Dias deseja que “o jardim da Palmeira esteja repleto de pessoas, embora a hora do espetáculo (22H00) não seja muito apelativa para as crianças, mas é um espetáculo que dura cerca de 1H30, mas é tão variado que não tem pontos mortos”.

“É um espetáculo cheio de cor e movimentos, cheio de vida”
Amílcar Vasques-Dias

Amílcar Vasques-Dias termina a sua intervenção aos nossos microfones referindo que “tenho vontade de dizer ás pessoas que me estão a escutar para aparecerem, pois tenho a certeza que não se vão arrepender”.

Populares