O livro «Senhor Jesus da Piedade de Elvas», foi apresentado este domingo, dia 16 de setembro, na cidade alentejana. Na obra, a autora, Tânia Rico, faz uma abordagem aos 300 anos de milagres, romaria e devoção da população, ao Senhor Jesus da Piedade.
À RC, Tânia Rico explica que “foi há 300 anos que o Padre Manuel Antunes fez a primeira promessa e realizou o primeiro milagre”. Foi esta figura da cidade que impulsionou a devoção e que esteve na origem da igreja a ele erigida.
Este culto não se restringe a Elvas, alcançando concelhos como Campo Maior, ou mesmo o espanhol Guadalupe.
Na origem da obra esteve um desafio lançado à autora pela editora Booksfactory, e que esta acetou, por considerar que era esta uma temática que necessitava ser explorada e “avivada na memória de todos”.
Culto de Senhor Jesus da Piedade “é um momento de religiosidade único no Alentejo”
Inquirida se este trabalho aumentou a sua devoção, aponta que se tratou de um trabalho de investigação, que aumentou a sua ligação ao Santuário, e levou a perceber o impacto e respeitar a devoção da comunidade elvense.
A obra encontra-se disponível para aquisição no Santuário durante as Festas de São Mateus, de 20 a 30 de setembro, na Papelaria da Cidade Nova em Elvas e no site da editora.
A autora é natural de Évora e reside em Elvas há mais de 10 anos, onde é responsável pela biblioteca e arquivo histórico da cidade. Licenciada em história, já viu publicada uma outra obra, assim como artigos científicos em revistas do livro antigo e da história.
A esta estação emissora, José dos Santos Aldrabinha, Juiz da Confraria de Senhor Jesus da Piedade, aponta que será brevemente iniciada uma nova candidatura para restauro dos 6 mil votos ex-votos e do Santuário, num valor necessário estimado de 400 mil euros.
Confraria dará em breve “alguns passos seguros para” restaurar “os ex-votos e o próprio edifício”
Paralelamente à Festa de São Mateus, decorrerão em Elvas vários atos religiosos, como as procissões dos pendões e missas solenes, nomeadamente dia 23 de setembro, com Senra Coelho, Arcebispo de Évora.
Nuno Mocinha, presidente da Câmara Municipal de Elvas, declara que “a nossa própria história se confunde com a história do Santuário”.
“A nossa própria história confunde-se com a história do Santuário”
A elaboração desta obra “marcará aquilo que é a história e cultura do nosso concelho”, aponta o autarca, recordando que os ex-votos presentes no interior do Santuário “precisam ser acomodados e tratados”, razão pela qual o município se disponibiliza para apoiar a confraria na elaboração da candidatura para requalificação dos ex-votos e do próprio edifício.
Independentemente desta, “temos efetivamente que meter mãos ao trabalho”, antes que seja “tarde demais” para salvar 300 anos de património.
{gallery}elvas_lancamento_livro_santuario_set18{/gallery}