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Segunda-feira, Abril 29, 2024

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Iniciativa pioneira vai desvendar os contornos históricos e atuais da Comunidade Cigana.

Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) através de um concurso público, um projeto do Instituto de Sociologia da Faculdade de Letras do Porto em parceria com o Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES) do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa foi o selecionado para dar início a um novo estudo sobre a população cigana em Portugal.

Maria Manuela Mendes, membro da equipa do CIES, em conversa com a agência Lusa, partilhou que o arranque do estudo está previsto para breve, possivelmente em maio, uma vez que ainda está em aberto o período para eventuais contestações ao resultado do concurso. Este estudo, que sucede ao anterior realizado em 2014, visa não só atualizar os dados sobre as comunidades ciganas em Portugal mas também enriquecer o conhecimento histórico sobre a sua presença no país, uma área ainda pouco explorada.

Com um orçamento assegurado para dois anos, espera-se que os resultados do estudo sejam divulgados em maio de 2026, embora se preveja a partilha de resultados intermédios e a realização de eventos para discussão dos dados recolhidos, envolvendo organizações, ativistas e membros da comunidade cigana.

O estudo propõe-se a incluir inquéritos a nível nacional tanto à população cigana como à não cigana, abordando as percepções existentes sobre esta comunidade. Para além disso, está planeado um trabalho etnográfico focado em comunidades ciganas que enfrentam condições habitacionais desafiantes, bem como entrevistas e recolhas de histórias de vida que permitam compreender melhor a realidade destas famílias em diferentes regiões do país.

Este projeto ambiciona também aprofundar a componente histórica da presença cigana em Portugal, complementada por atividades como ‘workshops’ participativos e exposições, configurando-se como uma iniciativa abrangente que promete contribuir significativamente para o conhecimento sobre a comunidade cigana portuguesa.

Recorde-se que o estudo nacional anterior sobre esta temática, encomendado pelo Alto Comissariado para as Migrações em 2014, revelou particularidades como os baixos níveis de escolaridade, a tendência para casamentos precoces e a venda ambulante como atividade económica predominante entre os ciganos portugueses.

Foto: AbrilAbril

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