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Insuficiência de água nas barragens poderá levar a “uma diminuição de produção de milho no Alentejo”, segundo o presidente da ANPROMIS (c/som)

O Alentejo é a região do país com a maior área de milho geneticamente modificado.

Os dados são da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que avançou que em Portugal, a área cultivada caiu 6,2% em 2015, comparativamente com o ano anterior, que passou de cerca de 8 mil hectares, mais de metade no Alentejo.

O último relatório revela que em Portugal existiam 8.017,11 hectares de milho geneticamente modificado no ano passado, enquanto em 2014 a área atingia 8.542,4 hectares. Em 2014, a área utilizada para cultivar milho geneticamente modificado tinha aumentado 4%, ao contrário da área total de milho que, em Portugal continental, atingia 126.078 hectares, significando um decréscimo de 7,7% relativamente ao ano anterior.

Em declarações à Rádio Campanário, o presidente da ANPROMIS (Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo), José Luís Lopes, referiu que “a utilização de sementes de milho geneticamente modificado tem a ver com opções agronómicas por parte dos produtores e houve uma redução a nível do país muito semelhante à redução da área global do milho semeado na companha de 2015. Por razões agronómicas, as variedades geneticamente modificadas têm mais interesse na região Alentejo, daí ter havido um maior interesse por parte da produção utilizar esse tipo de sementes”.

Instado sobre o destino da produção, refere que “Portugal é deficitário na produção de milho para utilização interna, de modo que muito pouco é exportado, por situações pontuais de estratégia, de localização logísticas, é que será exportável algum dia, somos importadores líquidos, e geneticamente modificado é utilizado normalmente como o outro milho que não tem esta característica, não tem a ver com o fator de exportação”.

José Luís Lopes prevê que “a cultura do milho de um modo geral, sofrerá seguramente a influencia dos preços de mercado, quando há perspetiva de melhores preços, a área aumenta, quando há perspetiva de menos interessantes, a área tem tendência a diminuir”, acrescentando, “a percentagem de milho geneticamente modificado há-de variar na mesma proporção que outro tipo de milho, não prevejo que haja uma situação muito dispare”.

“Infelizmente para a produção, os preços de mercado, têm vindo a baixar e isso tem influenciado a área total de milho produzido em Portugal, tem havido uma redução e este ano no Alentejo, com a agravante face à falta de chuva e o facto de uma grande parte dos regadios serem privados, as barragens não terem água suficiente para poder alimentar esses regadios, prevê-se que haja uma diminuição acentuada desta cultura de regadio do Alentejo”.

Em 2014, registaram-se 238 notificações de cultivo, tendo o Alentejo sido apontado como tendo o maior número com 129 notificações, seguindo-se o centro com 51 e Lisboa e Vale do Tejo com 44.

Na União Europeia, a área ocupada por milho geneticamente modificado diminuiu 3,8% em 2014 na comparação com 2013, e abrangia 143.015 hectares, sendo cinco os países que tinham este tipo de cultura: Portugal, Espanha, República Checa, Roménia e Eslováquia.

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