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Novo Aeroporto de Lisboa voa até Alcochete. Com nova ponte sobre o Tejo e comboio até Madrid

O Conselho de Ministros decidiu localizar o Novo Aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete (em Samora Correia, a meia hora de Lisboa) e manter temporariamente o Aeroporto Humberto Delgado, aumentado a sua capacidade até que a nova estrutura esteja operacional. E anunciou ainda uma nova ponte sobre o Rio Tejo, em Lisboa, e a ligação ferroviária de alta velocidade até à capital espanhola, Madrid.

“Estas decisões apesar de rápidas são ponderadas, fundamentadas e estratégicas para o futuro de Portugal”, garantiu o primeiro-ministro, Luís Montenegro, em declarações no final do Conselho de Ministros, lembrando a criação de uma Comissão Técnica Independente que fez “uma avaliação comparativa de todas as localizações viáveis para que o decisor político pudesse tomar uma opção”. “Um ano de trabalho da comissão era imprescindível para desbloquear o processo”, pois “o interesse nacional reclama que se tome a melhor decisão com base na melhor informação”. “O Governo pretende fazer uma gestão rigorosa dos recursos públicos e alavancar um ciclo de prosperidade duradouro e sustentado”.

A decisão foi comunicada hoje, 14 de Maio, pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, em conferência de imprensa, no Palacete de São Bento, em Lisboa, adiantando que o Governo decidiu baptizar o novo aeroporto com o nome do poeta Luís de Camões. E ainda a construção da Terceira Travessia do Tejo, em Lisboa, e a ligação ferroviária de Alta Velocidade entre Lisboa e Madrid. Uma conferência esperada pelos jornalistas pelas 18 horas que só aconteceu às 20, em plena abertura dos telejornais.

O Novo Aeroporto de Lisboa será o aeroporto único da região, quando estiver completamente construído e operacional, devendo ser concebido para poder expandir-se (acomodando a procura a longo-prazo), estimulando economias de aglomeração e integrado com outros projectos de acessibilidade.

A opção por um único aeroporto “permite mitigar o impacto ambiental e social na região de Lisboa, uma vez que a solução de dois aeroportos duplica os efeitos ambientais negativos e a solução única se localiza em zonas com baixa densidade populacional. Lisboa é a 2ª capital europeia com mais habitantes expostos a ruído aeronáutico”, realça o Executivo.

E adianta que “esta escolha permite ainda acomodar os planos de expansão da TAP, cujas projecções preliminares são de 190-250 aeronaves em 2050”. O novo aeroporto “actuará como catalisador da actividade económica da zona do Arco Ribeirinho Sul, devido à intermodalidade entre aeroporto, ferrovia e rodovia com acesso a Sines (desenvolvendo o hub logístico nacional)”.

Porquê Alcochete?

O Governo concluiu que o Campo de Tiro de Alcochete “apresenta vantagens face a Vendas Novas pois localiza-se inteiramente em terrenos públicos (Vendas Novas requer expropriações, representando ónus adicional), dispôs já de uma Declaração de Impacte Ambiental (actualmente caducada), tem maior proximidade ao centro de Lisboa (exigindo menos tempo e custos de deslocação) e está mais próximo das principais vias rodoviárias e ferroviárias (permite retirar tráfego do centro de Lisboa)”.

2 pistas por 6.105 milhões de euros

O custo total para duas pistas é de 6.105 milhões de euros: 3.231 milhões para a primeira pista e 2.874 milhões para a segunda. A primeira pista deverá estar construída em 2030 e a segunda em 2031.

A segunda parte de decisão do Governo passa por promover o aumento da capacidade no Aeroporto Humberto Delgado, para atingir 45 movimentos por hora e investimentos nos terminais e acessibilidades, de acordo com o contrato de concessão da ANA – Aeroportos de Portugal.

Salienta o Governo que o Aeroporto Humberto Delgado está em “situação de congestionamento operacional, encontrando-se desde 2018 acima dos limites definidos pela Organização Internacional da Aviação Civil”. “A complexidade das operações resulta em atrasos e baixas classificações em avaliações de serviço ao passageiro, com 3,5 em 5 no questionário de qualidade de serviço em 2023. A pontualidade à partida era de 52,2% em 2022”.

“É imperativo dar resposta à crescente procura a curto prazo, cujas projecções apontam para 39 milhões de passageiros em 2030”, frisa o Executivo liderado por Luís Montenegro.

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