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Novos escanções e guias intérpretes formados pela Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre!

A Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre está a desenvolver a segunda edição do Curso de Escanção e a primeira do Curso de Guias Intérpretes Regionais – Alentejo. Durante este ano letivo, profissionais do setor vitivinícola e do comércio de vinhos, da restauração e da hotelaria e apaixonados por este mundo enriquecem os seus conhecimentos com a frequência do curso de escanção. No âmbito do curso de guias, o público-alvo é mais abrangente, embora a maioria já desenvolva atividade na área em que está a receber formação.

No que diz respeito ao curso de escanção, a oferta formativa da Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre pretende atribuir mais competências aos participantes numa aposta de capacitação de profissionais para uma área que tem ganho cada vez mais importância nos vários setores económicos a que está associada, como a agricultura e, em particular, o turismo.

A formação começou em outubro do ano passado e prolonga-se até ao final do presente ano letivo. Constituiu-se um painel de formadores de muita qualidade. A título de exemplo, no módulo de provas organoléticas está a ser ministrado pelo enólogo, Mário Andrade, e pelo produtor e crítico de vinhos, João Afonso, que explicam, na essência, quais os fundamentos deste curso.

“Partilhamos todo o conhecimento que vai desde o campo, ou seja, desde a escolha do território, da parcela de vinha, do solo, passando pelo corte e enxerto, pela casta, pelo sistema de condução da casta, pela fertilização e pelos tratamentos. Depois, passamos para a parte da uva, pela forma como se faz o vinho, seja branco, tinto, como se faz o vinho espumante, os colheitas tardias, os licorosos. Ter todo o conhecimento sobre o fabrico dos vários tipos de vinho, das caraterísticas que se pretendem nos vinhos, da evolução da uva para os tipos de vinho, que é diferente. De seguida, passamos para a parte da preparação do engarrafamento. Como é que se prepara, que problemas podem aparecer, o que tem de se resolver e como é que se engarrafa o vinho. Em suma, são todos os passos até o vinho chegar à mão do consumidor”, explica o enólogo.

Por sua vez, João Afonso, enaltece a necessidade de valorizar o património vínico português. “O objetivo é que os alunos tomem consciência do país fabuloso que têm. Da diversidade imensa que existe neste país. Das castas que pertencem a essa biodiversidade. Do estilo e da qualidade de vinhos que essas mesmas castas, nessas mesmas regiões podem produzir. E, depois, saberem prová-los. Saberem, o mais próximo possível da realidade, o que é um vinho Baga, o que é um vinho Touriga Nacional, o que é um vinho de Alvarinho, o que é um espumante de Malvasia Fina. Com o que é que cada vinho vai bem à mesa. É toda a holística do vinho e do seu consumo, em Portugal. Interessa ensinar o que é um vinho fantástico, um vinho com defeito, mas interessa, acima de tudo, ensinar o caráter de cada região, de cada casta. É falar do país porque, em termos turísticos, é o que interessa”, explicou.

A segunda edição do curso de escanção surge numa fase em que o enoturismo tem crescido em Portugal. Criado em parceria com a Associação de Escanções de Portugal, promove uma ligação muito próxima ao setor, com a colaboração de várias adegas da região Alentejo.

A turma é constituída por 18 alunos provenientes, essencialmente, do Alentejo e da Beira Interior, nomeadamente, de Portalegre, de Évora, de Setúbal e do Fundão.

O curso de Guias Intérpretes Regionais – Alentejo procura atribuir competências a profissionais que pretendam desempenhar as funções inerentes à função e, assim, contribuir para a especialização dos recursos humanos afetos ao setor do turismo na região Alentejo. No total, a formação conta com 600 horas e foi pensada para que os formandos recebam um conjunto de conhecimentos multidisciplinares aprofundados em áreas diretamente ligadas com o setor do turismo, como línguas estrangeiras, Itinerários e Circuitos Turísticos, História e Cultura Portuguesa, Património Natural e Cultural, entre outros.

No arranque oficial do curso, que aconteceu na Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre na passada sexta-feira, Paulo Cosme, secretário-geral do Sindicato Nacional de Atividade Turística, Tradutores e Intérpretes, entidade parceira na formação, salientou: “Somente com uma formação devidamente qualificada estaremos na vanguarda de sermos os melhores Embaixadores de Portugal.”

Por sua vez, José António Falcão, coordenador do Centro UNESCO de Arquitetura e Arte, evidencia que a maior procura da região por parte de visitantes qualificados torna “prioritária a existência de guias-intérpretes especializados, um campo de atividade em plena revalorização. Com o persente curso, a Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre dá um importante contributo nesse sentido”.

A diretora da Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre, Maria Conceição Grilo, evidenciou a política da instituição que procura reforçar a formação de profissionais e executivos. “A possibilidade de podermos voltar a alguma normalidade no ano letivo 2021/22 permite-nos sustentar esta política com a criação de soluções de formação em modo presencial. Neste sentido, criamos os cursos de escanção e de guia intérprete para responder às necessidades do setor do turismo no Alentejo. A qualificação é um fator diferenciador que permite elevar o serviço e dar maior sustentabilidade a esta área de atividade que, assim, tem condições para se tornar cada vez mais competitiva a nível global”, afirmou.

O curso de Guias Intérpretes Regionais. – Alentejo conta com 16 participantes provenientes dos distritos de Portalegre, Évora, Lisboa e Faro.

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