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Segunda-feira, Abril 29, 2024

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“Nunca deixarei o Cante Alentejano para trás, faz parte de mim e faz-me manter vivo” diz Miguel Moura(c/som)

 

Miguel Moura, é alentejano, natural de Moura, tem 22 anos e ficou conhecido depois da sua participação no programa televisivo All Together Now.

Para além de uma voz encantadora, destaca-se pela sua simplicidade e pela forma como se mostra agradecido por todo o apoio que tem recebido.

Miguel Moura demarcou-se musicalmente logo pela sua idade e por ter revelado que começou a tocar viola e acordeão aos seis anos. Os seus géneros favoritos são a música tradicional alentejana e o fado, com as suas grandes referências a serem Mariza, Raquel Tavares, Ricardo Ribeiro e António Zambujo. Costuma cantar pelo seu Alentejo e convidado para galas de fado no seu concelho desde tenra idade. Participou recentemente no Festival Santa Casa Alfama e tem como últimos singles “Tenho de abalar” e “Amor Maior”, 

À margem do concerto que o jovem alentejano Miguel Moura realizou em Vila Viçosa, no dia 24 de abril, no âmbito das comemorações do 25 de abril de 1974, a Rádio Campanário aproveitou para conhecer melhor um pouco este jovem talento da música alentejana.

Em entrevista à Rádio Campanário, Miguel Moura começou por ser questionado sobre a sua carreira musical e a importância que esta dá ao Cante Alentejano, ao qual começou por nos referir que “ao contrário do que muitos pensam, que o Cante Alentejano não serve para nada, afinal serve para alguma coisa. Primeiro nós devemos cantar aquilo que é nosso, porque sempre aprendi a não desprezar o que é nosso, do Alentejo, segundo, porque devemos sempre continuar com as tradições e culturas e, de facto, foi uma porta aberta, foi a partir daí que eu comecei nesta carreira profissional e, agora vamos ver até onde vai”

Questionado de como tem sido esta experiência do primeiro álbum, o jovem referiu que “tem estado a correr bem, tenho tido uma boa aceitação por parte do público, as pessoas estão a gostar, ainda há poucos dias vi uma outra entrevista em que o álbum foi muito gabado e, tudo o que seja dito de bom é sempre positivo, quer para o álbum, quer para o meu trabalho”.

“Nunca irei deixar para trás o Cante Alentejano. Desde que comecei a cantar, foi uma das coisas que sempre disse às pessoas com quem trabalho é que nunca vou deixar o cante para trás, porque o cante faz parte de mim e, é graças ao cante que eu vivo, porque, por exemplo, eu não passo um dia sem cantar uma moda”, acrescentou.

Questionado de há quanto tempo cantava, o jovem de 22 anos referiu que “profissionalmente canto há três anos, mas comecei a cantar por volta dos meus 14 anos, ou seja, há três anos que sou profissional, desde que participei no “ All Together Now”, em que fui finalista, infelizmente não consegui vencer mas, como se costuma dizer, fecha-se uma porta e abre-se uma janela e, por vezes, até digo que foi melhor assim porque ganhei muito mais que, se calhar, que aquilo que ia ganhar no programa”.

Questionado de quando percebeu o seu potencial para a a música, o cantor natural de Moura contou-nos que “ainda hoje não confio em mim, não sei que potencial tenho e que as pessoas veem em mim, sou sincero. Ouço as pessoas falar, como é natural, mas eu quando comecei a cantar, como já o disse inúmeras vezes, por causa de um fado que surgiu da Mariza, o “Ó gente da minha terra”, depois comecei a cantar, as pessoas foram gostando, mas até hoje ainda não reconheço esse meu potencial”.

Quanto à sua reação com o surgimento de convites para atuações, o jovem alentejano contou à Rádio Campanário que “quando começou a surgir os convites, confesso que fiquei contente mas, ao mesmo tempo, fiquei nervoso e a ‘tremer que nem varas verdes’, mas já houve muita coisa que mudou no que toca aos nervos”

“Este mediatismo todo transmite-me um sentimento muito bom, de felicidade. Nesta parte da comunicação social ainda tenho que melhorar muito, senão não vou a lado nenhum” disse o jovem em tom de brincadeira, devido ao seu nervosismo com entrevistas mas, acrescentou ainda que “durante estes três anos quem me tem acompanhado é o meu produtor, o Rogério Caixinha, que me tem ajudado imenso também, ele também faz parte da editora, mas tudo o que me tem acontecido de bom e que há de acontecer, posso agradecer ao Rogério, que me tem ajudado imenso. Ele chegou até mim através de um vídeo que lhe foi enviado pela irmã, foi na altura da pandemia, em que eu fazia os diretos em casa com a viola, eu na altura estava integrado num grupo coral alentejano e, como não havia saídas na altura, eu fazia os diretos, a irmã do Rogério enviou-lhe o vídeo, ele gostou, contactou-me, começámos a falar, marcámos um encontro no jardim de Alcáçovas e, a partir daí, começámos a trabalhar”, acrescentou.

Quanto à forma como a sua família tem visto todo este mediatismo à sua volta, o músico referiu que “com certeza que estão todos muito orgulhosos, ‘babados’, como se costuma dizer, a minha mãe e a minha avó estão muito felizes e o resto da família também”.

 

 

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