Perante o cenário de pandemia mundial decretada pela OMS e na sequência de inúmeros eventos cancelados nestes últimos dias no Alentejo, a Rádio Campanário falou com António Revez diretor artístico do Festival Internacional de Teatro do Alentejo.
No que diz respeito aos espetáculos agendados e a cancelamento de eventos incorporados no FITA, tal como aconteceu em Almodôvar e Lisboa, António Revez referiu que, “de momento não sei, pois é uma informação atualizada de hora a hora, de dia para dia” adiantando que em Beja o evento irá se manter, sendo que, em alguns municípios os eventos serão cancelados, não sabendo especificar quais.
Questionado acerca das medidas de prevenção estipuladas pela organização do evento, já que este é um festival que conta com 80 companhias diferentes, com cerca de 300 artistas estrangeiros e portugueses, o diretor artístico relativamente ao tema coronavírus refere que, “não tenho nada a dizer relativamente a isso, nós seguimos as normas que a Direção Geral de Saúde indica e ponto final, não sou médico, não sou enfermeiro, não tenho nenhuma formação em medicina, não tenho mais nada a dizer”. Em termos artísticos António Revez diz que foram escolhidos “os melhores espetáculos e têm a melhor programação possível para o festival.
Em relação ao ajuntamento de artistas oriundos de vários países, António Revez explica que “não há assim tanta variedade pois os grupos atuam individualmente, ou seja momentaneamente atuam 3 pessoas de um país, no dia a seguir temos 10 pessoas de outro país, não há nenhum ajuntamento de pessoas em espaços fechados”.
No que diz respeito ao não cancelamento deste evento, como tantos adotaram esta medida no Alentejo, o diretor respondeu que, “nós cumprimos as normas e as indicações que se seguem da Direção Geral de Saúde, porque é que haveríamos de cancelar?”.
O espetáculo que irá decorrer em Beja integrado no FITA irá contar com a atuação do grupo de teatro La Fura dels Baus, e a programação será mantida até que surjam algumas indicações em contrário, neste evento que segundo o diretor é “uma oportunidade única de assistir um espetáculo bastante interessante”.
Relativamente à adesão por parte do público ao evento e ao impacto que este espetáculo poderá ter na cultura de Beja, o diretor diz que existiu uma “venda muito substancial de bilhetes” dizendo ainda que concorda que o espetáculo é um impulsionador da cultura em Beja e que, “desmistifica esta histeria que existe neste momento relativamente ao outro, como se o outro fosse o causador do caos e portador do maldito vírus”.
