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Quarta-feira, Maio 1, 2024

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“O Paço Ducal de Vila Viçosa tem um arquivo importantíssimo de documentação e musical; é muito plural” diz Rui de Luna(C/som)

Foi apresentada na passada sexta-feira, no Paço Ducal em Vila Viçosa,o livro “Amélia de Leuchtenberg: Imperatriz do Brasil | Duquesa de Bragança”, uma obra da autoria de Cláudia Thomé Witte.

Trata-se de uma biografia que dá a conhecer D. Amélia de Leuchtenberg, neta de Napoleão Bonaparte e segunda esposa de D. Pedro IV. Assim tornou-se Imperatriz do Brasil e Duquesa de Bragança, uma biografia que foi realizada com recurso ao riquíssimo acervo histórico da Fundação da Casa de Bragança.

A Rádio Campanário marcou presença no evento e falou com o Dr. Rui de Luna, um dos mais conceituados Pianistas no panorama musical Português, a quem coube a tarefa de apresentação do livro, e que em declarações à Rádio Campanário falou sobre a importância desta obra e o papel fundamental da Fundação da Casa de Bragança, na sua elaboração. Rui de Luna começou por nos referir “a casa ducal tem um arquivo importantíssimo , não só em termos de registos de documentação , como também ao nível do acervo musical e no caso da Duquesa de Bragança, também Imperatriz Dona Amélia, existem algumas obras musicais dedicadas a ela que estão no acervo da Fundação da Casa de Bragança.”

No que diz respeito à importância desta obra, o Pianista explica ” sendo Duquesa de Bragança, Imperatriz do Brasil, naturalmente que o Brasil foi uma extensão de Portugal , não só o Brasil, como África e Índia; uns braços enormes em termos culturais” acrescentado ainda “o livro revela-nos mais uma personalidade no feminino com uma vida privada extremamente difícil; se ela tivesse conseguido tomar conta do seu próprio destino certamente teia reescrito a sua vida, tal é a dimensão da sua tragédia pessoal quando perde o seu marido, as suas enteadas, o irmão mais velho e a sua própria filha; uma vida pautada por perdas.” Explica ainda que “num contexto social, político, económico e geográfico em que ela se movia , muito complexo no século XIX e depois também com o ónus de ter como avô Napoleão Bonaparte, em que a sua própria casa materna acaba por ser quase esmagada pelo seu próprio avô e depois vem como Duquesa de Bragança para um País que tinha sido invadido pelo seu avô, a sua vida foi sempre muito difícil.”

Rui de Luna realça também que este livro revela , através de um trabalho de pesquisa impressionante de 20 anos, “todas estas facetas e toda esta movimentação do século XIX muito complexo ; estas personalidades ensinam-nos muitas vezes que por vezes a nossa dimensão de dor é muito inferior à de quem foi Rei , de quem foi médico ou Ministro. “

“A Sociedade teria tido naturalmente outro rumo se não fosse o trabalho da inteligência , da sensatez, da amabilidade e do altruísmo de personalidades como a Imperatriz Amélia” conclui o conceituado Pianista.

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