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Quinta-feira, Maio 2, 2024

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Provedor da Santa Casa de Reguengos diz que o encerramento do Lar já poderia estar pensado por ele se tratar de uma pessoa incómoda (c/som)

A decisão temporária tornou-se a definita. Por decisão do Concelho Diretivo do ISS (Instituto da Segurança Social) precedeu-se à “cessação da resposta social” de continuidade do funcionamento do Lar Nossa Senhora de Fátima da Santa Casa de Reguengos de Monsaraz.

O provedor garante que a instituição não foi ouvida, em momento algum, sobre o processo que envolvia a diretora técnica, por suspeita de crimes de abuso sexual e maus-tratos, o que lhe faz antever que “ (…) pode não ter nada a haver com isso porque nada está provado, o processo está ainda, penso eu, em segredo de justiça”.

Em declarações à Rádio Campanário, Manuel Galante, garantiu que divido ao processo ainda não estar concluído, a decisão do ISS foi “ (…) baseada nos factos que estavam a acontecer nas últimas semanas de funcionamento do lar de infância e juventude. E que estava a ser acompanhada pela segurança social” desde sempre, afirma.

Manuel Galante afirma mesmo que “ (…) seria incorreto estar a tomar uma atitude dessas com base em suspeitas”.

Até se proceder ao encerramento definitivo do Lar, o processo passou por diversas fases, nomeadamente “ (…) a primeira, proposto por Évora a Lisboa, a cessação temporária do acordo de cooperação por 180 dias”, depois existiram duas reuniões em Reguengos de Monsaraz do ISS, onde explicamos o que estávamos a fazer no sentido de continuarmos com a resposta social, e por último “ (…) houve um acontecimento no dia em que os jovens foram retirados, de agressão de uma jovem a uma vigilante”.

O grande problema residia no facto dos adultos cuidadores terem perdido toda e qualquer autoridade perante os jovens, que vivem idades muito complicadas. Ainda assim, o provedor do lar garantiu à nossa rádio que tinha sido pedido pelos mesmo que houvesse um afastamento desses mesmos jovens para retomar o normal funcionamento da resposta social.

Após o afastamento da diretora em questão, começou a existir “muita instabilidade emocional por parte deles, muitos gostavam das pessoas que lá trabalhavam anteriormente e que estavam afastadas, concretamente a própria diretora “.

Questionado sobre o destino dos jovens retirados do lar pelo ISS, Manuel Galante garantiu que “(…)foram integrados em respostas similares, um ou outro caso em lares especializados”, ainda assim muitos permaneceram no Alentejo, um ou outro foi colocado um pouco mais longe.

Contudo, este dia não se afigurou fácil para Manuel Galante, pois foi muito preocupante “(…)  a forma como foram retirados, e o facto de poder haver menos cuidado com os irmãos”. Todas essas situações já foram corrigidas, confessa.

A instituição não pensa recorrer da decisão, pois entende que “ (…) os jovens estarão melhores e em ambientes mais cuidadores e reparadores daquilo que eles necessitam, do que o ambiente que nós lhe estávamos a proporcionar ultimamente, infelizmente”. Nas condições oferecidas pelo lar, era de todo impossível continuar a laborar, garante o provedor do mesmo.

Apesar do afastamento inicial da diretora envolvida no processo com o Ministério Público, Manuel Galante garantiu à rádio que já estava a ser substituída, assim como reforçada toda a equipa técnica e apesar de se tratar de uma jovem técnica, já tinha com alguma experiencia. Encontrava-se bem preparada para implementar modelos de combate à desordem vivida na instituição, mas não teve tempo de os implementar, “ (…) passávamos o tempo a apagar fogos, a ter que lidar com fugas, ausências, miúdos que não iam à escola, situações que se agravaram“, disse o provedor do lar à Rádio Campanário.

Manuel Galante conclui, desta forma, que o encerramento do lar já “estava pensado”, por este se tratar de uma pessoa “incómoda”.

 

 

 

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