Mais de 50 olarias e ceramistas de Portugal e Espanha participaram na Festa Ibérica da Olaria e do Barro, que decorreu em S. Pedro do Corval, no concelho de Reguengos de Monsaraz, nos dias 22, 23 e 24 de maio.
O evento transfronteiriço juntou os dois maiores centros oleiros da Península Ibérica, S. Pedro do Corval, no Alentejo, e Salvatierra de los Barros, na região da Estremadura espanhola.
Organizada pela Câmara de Reguengos de Monsaraz, Junta de Freguesia de Corval e autarquia espanhola de Salvatierra de los Barros, a feira aposta na promoção cultural e turística da olaria.
O certame, realizado, em anos alternados, em S. Pedro do Corval e em Salvatierra de los Barros, pretende ainda chamar a atenção para o valor artesanal e artístico da olaria.
Nesta 21.ª edição marcaram presença 45 olarias portuguesas, de entre as quais 16 existentes no centro oleiro local de S. Pedro do Corval e 7 olarias de Salvatierra de los Barros, Espanha.
A edição deste ano fica marcada pela inauguração da Casa do Barro, um centro interpretativo que visa preservar, promover e assegurar a sustentabilidade da olaria de São Pedro do Corval.
À reportagem da Rádio Campanário, o presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, José Calixto, refere que a Casa do Barro “é uma marca que pretendemos valorizar, a olaria em S. Pedro do Corval representa 22 olarias em funcionamento, representa o maior centro oleiro de Portugal, tem uma germinação com Salvatierra de los Barros que é o maior centro oleiro espanhol na Estremadura espanhola e portanto temos uma serie de projetos em conjunto na área da formação dos oleiros, no associativismo e na captação de fundos comunitários que permitam o desenvolvimento desta atividade, a modernização e a internacionalização”.
António Cartaxo, presidente da Junta de Freguesia de S. Pedro do Corval, enaltece a Casa do Barro dizendo que “é o ponto de partida que nós precisamos para unir os mestres oleiros e é essa tentativa e o esforço que estamos a tentar fazer, incutimos esta inauguração na FIOBAR, a 21ª, e será aqui o ponto mais alto, a inauguração desta casa”.
O presidente da Entidade Regional do Turismo do Alentejo e Ribatejo, António Ceia da Silva começou por referir que “só há desenvolvimento turístico com pessoas, as comunidades locais são decisivas nas dinâmicas turísticas dos destinos, só é possível as pessoas irem amassar pão se houver pessoas que o façam de forma tradicional, só se pode ver olaria se houver oleiros”, acrescentando, “na minha opinião a grande questão que se coloca hoje, é que o setor do turismo tem sido aquele que mais dinamismo criou de desenvolvimento em zonas de baixa densidade e nós necessitamos de manter estas pessoas, de reforçar, de ter jovens que aprendam estas artes”.
