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Sábado, Abril 27, 2024

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Seca no Baixo Alentejo provoca preocupações para os agricultores e para as suas criações

Os agricultores do Baixo Alentejo enfrentam um verão de pesadelo devido à escassez de alimentos para os animais. João Madeira, um dos sócios da herdade do Ursal, localizada no Parque Natural do Vale do Guadiana, está preocupado com a falta de comida e água para as suas 2.500 ovelhas. A seca contínua na região tem impedido o crescimento das pastagens, levando à falta de forragem para os animais se alimentarem.

A falta de alimentos não é o único desafio enfrentado pelos agricultores. O mercado de alimentos para animais está a sofrer um aumento significativo nos preços, tornando a situação ainda mais difícil. João Madeira tem administrado as suas terras e pastagens existentes da melhor maneira possível, mas em breve precisará recorrer a suplementos alimentares para garantir a sobrevivência dos animais.

Além da escassez de alimentos, a falta de água também preocupa João Madeira e outros agricultores da região. As pequenas barragens estão a secar rapidamente e os agricultores terão que recorrer a furos artesianos para obter água. No entanto, João Madeira teme que mesmo os furos não sejam suficientes para suprir a demanda de água durante o verão.

A situação é tão grave que alguns agricultores já estão a considerar vender os seus animais devido às dificuldades financeiras. No entanto, João Madeira acredita que vender não é a solução a longo prazo. Destaca que a sociedade deve considerar a importância da agricultura na região e a necessidade de fornecer recursos adequados para garantir a sua sobrevivência.

O presidente da Associação de Agricultores de Almodôvar, Ernesto Botinas, também está a enfrentar problemas semelhantes na sua exploração agrícola. Dá destaque à falta de produção de forragem e os preços exorbitantes dos alimentos no mercado. Ernesto Botinas sugere que o governo forneça um apoio para a compra de alimentos nos países do centro da Europa, já que a escassez também afeta Espanha.

João Madeira propõe que a água da barragem de Alqueva seja utilizada para auxiliar o crescimento das pastagens durante os períodos de seca. Enfatiza a importância de manter o território vivo e evitar o despovoamento na região. Os agricultores do Baixo Alentejo estão na linha de frente contra a desertificação e precisam de suporte estrutural para enfrentar estes desafios.

A situação atual coloca em risco não apenas a atividade agrícola, mas também o futuro do território. João Madeira ressalta que as explorações agrícolas extensivas são fundamentais para a ocupação do Baixo Alentejo e é necessário considerar o custo de um território vazio. É urgente que a sociedade e o governo reconheçam a importância destes agricultores e forneçam o apoio necessário para garantir a sua sobrevivência.

 

 

Fonte: dinheiro vivo

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