A Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, (CVRA), só nos primeiros seis meses de 2016 colocou no mercado, 55 milhões de litros de vinho. Comparado com igual período do ano passado, tratando-se de um aumento de 1,2%.
A Comissão Vitivinícola Regional Alentejana foi criada em 1989 e é um organismo de direito privado e utilidade pública que certifica, controla e protege os vinhos DOC Alentejo e os vinhos Regional Alentejano.
É também responsável pela promoção dos Vinhos do Alentejo, no mercado nacional e em mercados-alvo internacionais. A sua atividade é financiada através da venda dos selos de garantia que integram os contra-rótulos dos Vinhos do Alentejo.
Em declarações à Rádio Campanário, o presidente da CVRA, Francisco Mateus, no primeiro semestre, os vinhos do Alentejo colocados no mercado, representam mais 1,2% do que tinha acontecido no mesmo período do ano passado, “são 55 milhões de litros de vinho e que é um volume grande, mas que é sujeito a um controlo rigoroso feito pela CVRA, porque nós temos um número muito grande de produtores, são 204, efetuamos controlo exaustivo de 2742 litros de vinho e apreciamos 3519 rotulagens”.
Francisco Mateus acrescenta que “um vinho do Alentejo é sujeito a um controlo rigoroso e chega ao mercado com garantia de origem e da qualidade do produto e isto é muito importante para nós passarmos para o consumidor uma imagem de rigor, que achamos que é necessário, dado o peso que os vinhos do Alentejo têm no mercado nacional”.
Sobre o mercado português ainda ser aquele que representa uma maior fatia, refere que “representa cerca de metade dos destinos dos vinhos do Alentejo e é um mercado muito importante para nós, mas também por essa razão, nós sentimos a necessidade de transmitir ao consumidor a noção de controlo, de origem, da qualidade, porque estamos a falar de 27 milhões de litros de vinho destinados ao mercado nacional e queremos que os consumidores sintam que esta qualidade é garantida e que aquilo que estão a beber vale o preço que os consumidores pagam por cada garrafa que compram de vinho do Alentejo”.
Instado sobre a exportação ser determinante, Francisco Mateus expressa que “o mercado nacional é importante para os vinhos do Alentejo, mas nós temos a plena noção, até pelo consumo per capita, que há em Portugal, que é um mercado em que, cuja dimensão, dificilmente aumentará, não temos uma taxa de natalidade elevada (…) dificilmente pomos o mercado nacional a comprar mais vinho e por isso temos que olhar para outras geografias, por isso é importante a exportação. Nós exportamos mais para fora da União Europeia do que para a União Europeia e temos que olhar para a exportação como a alternativa a seguir para os vinhos do Alentejo porque no mercado nacional não se prevê que haja um aumento da sua dimensão”.
Questionado sobre as consequências na produção de 2016 das condições climatéricas das últimas semanas, Francisco Mateus admite que “este calor intenso e continuado ao longo dos dias (…) está a ter algum reflexo no vinho. Há produtores que têm as condições necessárias para poder compensar isso através da rega, e isso é sabido, a planta precisa de água (…) obviamente que estamos expectantes porque estas três semanas que aí vêm são determinantes para a videira e veremos em questão de quantidade qual é o resultado que isso vai ter e em termos de qualidade, não temos nenhuma nota negativa, no sentido de dizer que os vinhos do Alentejo do ano de 2016 não terão a qualidade dos anos anteriores”.
O Alentejo é a região líder no mercado nacional – quer na quota de mercado em volume (46,4%) quer em valor (45,0%), segundo os dados ACNielsen, na categoria de vinhos engarrafados de qualidade com classificação DOC e IG. Os Vinhos do Alentejo juntam 263 produtores e 97 comerciantes numa área total de vinha de 20 670,68 hectares, sendo que a área total de vinha aprovada para DOC Alentejano é de 14 698 hectares.
