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Sónia Ramos, líder da Distrital de Évora do PSD surpreendida por Alentejo apostar no PS!

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A líder da Distrital de Évora do PSD disse hoje estar surpreendida por as outras regiões do Alentejo continuarem a apostar no PS e considerou que o resultado das eleições legislativas “obriga a uma reflexão” interna.

Em declarações a agência Lusa, Sónia Ramos lamentou “que seja a única do Alentejo” a ser eleita pelos sociais-democratas para representar a região na Assembleia da República, onde é “fundamental ter uma voz do PSD” a representar o distrito.

“Foi um feito eleger um deputado e aumentar o nosso número de votos no distrito, ainda por cima em contraciclo. Cumprimos o objetivo e estamos de parabéns. Mas estou surpreendida como os outros distritos continuaram a apostar no PS e nas suas políticas”, desabafou.

O PSD recuperou um deputado pelo círculo eleitoral de Évora, elegendo a própria Sónia Ramos, para além de dois deputados socialistas, mas Beja repartiu os seus mandatos pelo PS (dois) e CDU (um), enquanto Portalegre ‘entregou’ todos os seus lugares no parlamento (dois) aos socialistas.

Uma “decisão do povo, que é soberano” e que o PSD “respeita”, mas que Sónia Ramos diz não compreender, em função das medidas que o Partido Socialista tem tomado para a região nos últimos seis anos.

“O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) é um exemplo, mas há outros investimentos que também não estão a ser liderados da melhor forma”, criticou.

Por isso, a nova deputada social-democrata alentejana promete trabalhar na Assembleia da República para “mitigar a desertificação” e defender “medidas positivas e diferenciadoras para que as pessoas e empresas se possam fixar no Alentejo”.

“Tem de ser um pacote de medidas, mas não sei se o PS está disponível para isso. Na última legislatura não estiveram e o PRR é a prova disso”, insistiu.

Os socialistas serão, portanto, uma peça importante no ‘xadrez’ da região, uma vez que, a nível nacional, obtiveram uma maioria absoluta na Assembleia da República.

“Vai obrigar-nos a uma reflexão, a um trabalho muito sério de oposição, responsabilidade e de grande acompanhamento das nossas causas locais. Não vai ser um trabalho fácil, mas estou convencida de que a bancada parlamentar do PSD fará o seu melhor”, analisou a líder da Distrital eborense do partido.

No entendimento de Sónia Ramos, “a divisão de votos foi tremenda” e a maioria absoluta dos socialistas explica-se pelo facto de “a esquerda ter feito voto útil”, ao contrário da direita, que dispersou mais os seus mandatos.

Sobre as palavras do líder do partido, Rui Rio, que abriu a ‘porta’ da saída na noite eleitoral, ao afirmar que não via como pode “ser útil” ao partido num cenário de maioria absoluta do PS nos próximos quatro anos, Sónia Ramos frisou que essa é “uma decisão pessoal” e recusou “antecipar cenários”.

“A expectativa era outra, toda a estratégia e aposta era ganhar as eleições legislativas. Mas é uma decisão que tem de ser ponderada, não é em cima da noite eleitoral que se tomam decisões. Temos de aguardar. Tudo o que se possa dizer agora é intuição e não devemos cair na tentação de o fazer”, refutou.

O PS alcançou a maioria absoluta nas legislativas de domingo e uma vantagem superior a 13 pontos percentuais sobre o PSD, numa eleição que consagrou o Chega como a terceira força política do parlamento.

Com 41,7% dos votos e 117 deputados no parlamento, quando estão ainda por atribuir os quatro mandatos dos círculos da emigração, António Costa alcança a segunda maioria absoluta da história do Partido Socialista, depois da de José Sócrates em 2005.

O PSD ficou em segundo lugar, com 27,80% dos votos e 71 deputados, a que se somam mais cinco eleitos em coligações na Madeira e nos Açores, enquanto o Chega alcançou o terceiro lugar, com 7,15% e 12 deputados, a Iniciativa Liberal (IL) ficou em quarto, com 5% e oito deputados, e o Bloco de Esquerda em sexto, com 4,46% e cinco deputados.

A CDU com 4,39% elegeu seis deputados, o PAN com 1,53% terá um deputado, e o Livre, com 1,28% também um deputado. O CDS-PP alcançou 1,61% dos votos, mas não elegeu qualquer parlamentar.

A abstenção desceu para os 42,04% depois nas legislativas de 2019 ter alcançado os 51,4%.

C/Lusa

 

 

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