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Sábado, Julho 27, 2024

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Tapete de Arraiolos: Amor à Arte UNE gerações na salvaguarda de uma das tradições mais “ricas” do Alentejo

A arte do Tapete de Arraiolos, implementada no concelho de Arraiolos, tem sabido resistir ao longo dos séculos sendo uma das artes mais apreciadas e uma das expressões culturais do Alentejo que mais tem promovido o território além fronteiras.

As tapeteiras, espalhadas pela vila Alentejana de Arraiolos, são um sinónimo de que aqui a tradição ainda se mantém viva ainda que a maior preocupação seja conseguir salvaguardar esta arte, garantindo a sua continuação junto das gerações mais novas.

O Tapete de Arraiolos une hoje várias gerações, numa verdadeira manifestação de transmissão de saberes entre quem muito cedo começou e entre quem está agora a aprender.

Por ocasião da inauguração da edição de 2024 do “Tapete está na Rua”, o certame anual organizado pela Câmara Municipal de Arraiolos com o objetivo de promover e divulgar esta arte secular, a Rádio campanário falou com duas tapeteiras que, por força da diferença de idades registada, olham para esta arte de forma diferente mas com a mesma preocupação e o mesmo amor.

Olinda Freixo, tem hoje 65 anos e há mais de 50 anos que faz Tapetes de Arraiolos. Apesar de ter desempenhado na sua vida outras profissões, o amor a esta arte manteve-se sempre vivo e agora, já a gozar da reforma, dedica-se a ela com mais tempo e precisão. Natural de Santana do Campo, tinha 12 anos quando na terra onde nasceu montaram uma fábrica de tapetes e assim começou, porque na altura a escolaridade não passava da quarta classe.

Passaram mais de 50 anos desde que se tornou tapeteira. Questionada pela Rádio Campanário sobre o que mudou até aos dias de hoje, Olinda Freixo refere “há muitas diferenças” lamentando que nos dias de hoje “as gerações mais novas não se interessem por aprender esta arte “. Em seu entender, para garantir a sua preservação, a arte devia começar a ser ensinada aos mais novos “logo na escola primária , com os trabalhos a contemplarem a aprendizagem do Tapete de Arraiolos”.

Apesar dos tempos serem diferentes, o amor ao Tapete de Arraiolos não esmoreceu e hoje, Olinda Freixo, fala dele com o mesmo entusiasmo como quando começou, sublinhando de forma orgulhosa que este tapete “é único, pela sua beleza e qualidade.”

Bem mais nova, Vanessa, de apenas 17 anos, é também ela uma apaixonada pelo tapete de Arraiolos, uma paixão que lhe foi transmitida pela mãe, tapeteira com muitos anos de experiência.

À conversa com a Rádio Campanário, Vanessa explica-nos “que gosta especialmente de executar a parte do preenchimento”.

Apesar de ser jovem partilha da preocupação dos mais velhos e considera que os “mais jovens deviam aprender a arte porque é uma arte bonita e porque representa a sua terra.” Apesar de ter outras perspetivas para a sua vida profissional, não conta deixar de executar a arte, primeiro porque é algo que gosta muito de fazer e depois porque “é essencial preservar esta tradição”.

A edição de 2024 de “o Tapete está na Rua” termina esta segunda-feira. Por estes dias, Arraiolos foi, como é durante todo o ano, a Capital do tapete. Daqui sai para todo o país e para o Mundo, o que é considerado o mais genuíno bonito tapete, verdadeiro dinamizador da economia local e um ex-libris do concelho e do Alentejo.

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