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Tomada de Posse:“o desafio é grande;fazer crescer o Turismo no Alentejo e dar notoriedade à Região” diz Pres. da ERT Alentejo e Ribatejo(c/som)

No passado dia 12 de julho, decorreram as eleições à presidência da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo, na qual José Manuel Santos, e outros órgãos sociais, foram eleitos para o mandato dos próximos cinco anos.

A tomada de posse de José Manuel Santos à ERT Alentejo e Ribatejo decorreu hoje em Montemor-o-Novo, numa cerimónia que contou com a presença de vários presidentes de autarquias alentejanas e também com a presença da Diretora Regional da Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, e com o Secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda.
A Rádio Campanário esteve presente e falou com o Dr. José Manuel Santos, agora presidente da ERT Alentejo e Ribatejo, sobre a tomada de posse e sobre e sobre as propostas para os próximos cinco anos de mandato.

Em declarações aos jornalistas, o presidente da ERT Alentejo e Ribatejo começou por referir que, do programa, aquilo que há a destacar são “duas dimensões. A primeira é o trabalho que iremos fazer muito na envolvente produtiva das empresas, é preciso, de facto, criar agendas de capacitação e de adaptação das micro, pequenas e médias empresas para um conjunto de desafios, que são muito importantes para a sua competitividade, o turismo é uma área bastante competitiva no plano nacional e também internacional, e é preciso trabalhar com as empresas as competências da digitalização, da sustentabilidade, da capacitação dos trabalhadores, a capacitação dos gestores. Queremos dinamizar um conjunto de programas de mentoria de coaching para dar competências e ferramentas de competitividade às empresas, portanto, há aqui um princípio de tornar as empresas mais robustas, mais fortes, que possam progredir na cadeia de valor, que possam apresentar serviços e produtos turísticos, de acordo com aquilo que são também as preferências e as motivações da procura internacional e, isso implica preparar as empresas, portanto, é uma primeira ideia de agenda para a competitividade do tecido empresarial em todo o território. Uma segunda, tem a ver com aquilo que é mantermos uma rede vasta de oferta que já está criada, em parte, na área do cycling, dos percursos pedestres, das áreas de serviço de autocaravanismo, do turismo literário, temos que manter essa oferta fluivel para os visitantes, temos que dar mais valor, procurar que a promoção externa, através da agência regional, possa promover melhor estes produtos nos mercados internacionais, é um trabalho de capacitação dessas redes de oferta, nem todas foram desenvolvidas pela Entidade Regional, há outras que são por exemplo da Rota Vicentina, ou do Feel Nature, do Alto Alentejo, são uma forma de manter o território visível nos mercados, dar-lhe notoriedade, dar-lhe vitalidade. Eu diria que estes dois grandes desafios, um na área da estruturação do produto, e um mais na área da competitividade das empresas, são talvez os mais relevantes, podendo acrescentar um terceiro, que tem a ver com toda a renovação do nosso sistema de comunicação e de marketing. Como referi, temos um conjunto de ações e medidas, umas mais simples, outras mais complexas, que são importantes para afirmar, no plano nacional e ibérico, o turismo no Alentejo como um destino confiável, visitável, em vários patamares de segmento de procura, desde os mercados mais de “i spending”, a mercados mais intermédios, para garantir que a nossa oferta turística, que vai crescendo como estão a reparar, nós preocupamo-nos mais com o crescimento em valor e em receitas e um crescimento ao longo da semana, ou seja, com o mesmo número de hóspedes, ter maior estadias médias e maiores estadias, mas há territórios em que nós vamos ter que crescer, há territórios que estão a ter mais hotéis, e ai vamos ter que ter um aumento de volume de turistas. Nós temos que promover, e o Litoral Alentejano é o  Litoral Alentejano, o Baixo Alentejo é o Baixo Alentejo, todo o território tem várias cadências e várias nuances relativamente àquilo que deve ser a procura e a segmentação dos mercados. Nós tivemos a preocupação de criar um conselho de marketing muito especializado, muito forte, porque ele vai ter que ajudar este órgão, que é um órgão constituído por empresas, sete empresários, para nos ajudar também nestes novos desafios que nos colocam hoje à promoção dos destinos regionais”.

Questionado sobre os passos a dar no que toca à aposta de valorização da zona transfronteiriça do Alentejo, José Manuel Santos referiu que “nós sabemos que o mercado transfronteiriço é um mercado muito interessante, para regiões como o litoral, o Ribatejo e mesmo algumas zonas do interior do Alentejo temos ali um potência de mercado de dormidas que não está a ser devidamente aproveitado. A nossa Agência Regional de Promoção do Turismo faz um trabalho muito bom no mercado de Espanha, que é um mercado enorme, mas não tem depois uma estratégia específica direcionada para esse plano. O que nós vamos fazer é, provavelmente só no próximo ano, vamos programar o nosso Plano de Atividades e Orçamento, a definição desta estratégia, mobilizar o financiamento, posso dizer que, na próxima semana, através de uma ação nossa, temos uma promoção do festival do Crato em Espanha, que nunca tinha acontecido, vamos ter através da ERT, a promoção de um festival muito relevante do Alentejo em Espanha, portanto, é um pouco o pontapé de saída para sinalizar o trabalho que queremos fazer a esse nível, muito em articulação com os empresários e os próprios municípios”.

Questionado se a fasquia está alta para este mandato, devido ao números que o turismo no Alentejo tem alcançado nos últimos anos, o novo presidente da ERT diz que “sim, nós conseguimos, no Alentejo, amortecer melhor que outros destinos, a pandemia, o turismo aqui decresceu menos que outros destinos, temos conseguido crescer em volume e em receitas, se olharmos para os dados de janeiro a maio deste ano, temos os proveitos na hotelaria a crescer em 50%, face a 2019, que é de facto um número impressionante, é bom crescer, tenho também a preocupação que esse crescimento fique mais na região, na comunidade, nas pessoas que aqui moram e que aqui trabalham, o turismo tem que ser também um elemento de coesão, económico e social e, o nosso objetivo é continuar a crescer, mais em valor, mas eu quero crescer percentualmente em valor e em dormidas, e temos aqui também um objetivo, daqui a cinco anos, que é termos uma proporção de dormidas de estrangeiros de 40%, em 2019 foi 34%, essa proporção reduziu-se, estamos a recuperar, o objetivo é termos em 2028, uma quota de dormidas de estrangeiros próxima dos 40%, é sinal que as nossas empresas se tornaram mais competitivas, conseguiram vender melhor os serviços a clientes estrangeiros, conseguimos ter melhores programas de produção lá fora e, esse efeito, refletir-se-á num aumento das exportações do turismo no Alentejo e no Ribatejo”.

Questionado dos mercados que mais apostam no Alentejo, José Manuel Santos referiu que “isso é uma competência da Agência regional de Promoção Turística, nós da nossa parte estamos disponíveis para ajudar a agência, porque a promoção tem que ser muito seletiva e muito orientada, há uma promoção nos mercados de maior proximidade, que a Agência Regional tem vindo a fazer, nomeadamente no mercado espanhol, mas também em alguns mercados europeus, e nos mercados de longa distância. O mercado norte americano, não só para o Alentejo, como também para o país inteiro, é muito importante e é um mercado muito exigente, que vem colocar uma grande pressão na resposta dos nossos recursos humano e, portanto, diria que neste equilíbrio entre o mercado de proximidade, que tem que ser trabalhado, e os mercado de longa distância, que depois refletem uma estadia média e um nível de proveitos muito interessante. Nós temos a competência da promoção do mercado nacional, e vamos, no âmbito do mercado transfronteiriço, ter uma estratégia específica”.

No que diz respeito à questão da emigração, o novo presidente da ERT referiu que “nós temos migrantes que já estão em Portugal, que constituíram família, que já têm filhos nascidos no Alentejo, e temos que tentar definir um projeto piloto para a integração. Os cidadãos estrangeiros têm a barreira da língua, que é uma barreira complexa, e que no turismo ainda é maior. Há emigrantes que já estão em Portugal há alguns anos, já se conseguem expressar em português, muitos deles têm largado a atividade agrícola, por algumas dificuldades que essa atividade coloca, e nós precisamos de encontrar e sinalizar esses migrantes e precisamos de os trazer, porque de facto, há um problema de mão de obra efetiva, porque não conseguimos encontrar pessoas no mercado de trabalho para suprir as lacunas. Os migrantes têm que ser integrados, incluídos e formados”.

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