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Sexta-feira, Abril 26, 2024

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“As pessoas defendem os animais selvagens, mas quem os alimenta são os agricultores à custa do seu rendimento”, diz secretário-geral da CAP (c/som)

O governo vai realizar um estudo sobre a população de javalis em território nacional, para determinar a real dimensão e impacto do seu aumento e eventuais prejuízos decorrentes, com vista a elaborar um plano de medidas de controlo.

Em declarações à RC, Luís Mira, secretário-geral da CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal), afirma que o aumento da população de javalis tem prejuízos muito negativos para todo o território em que se insere, afetando desde os agricultores à própria fauna.

Isto tem vindo a ser registado desde os anos 90, havendo estudos que apontam para um aumento de 680% da população desta espécie.  Este facto foi impulsionado pelo incremento das “áreas de milho que proporcionaram maior quantidade de comida para os javalis”, sendo que “há 30 anos uma porca tinha 3 ou 4 leitões”, hoje tem até 10, acrescenta.

“Os agricultores sempre alimentaram as espécies selvagens, não podem é ter graves prejuízos quando o seu número aumenta muito”

O aumento da população de javalis “provoca graves prejuízos nas culturas”, “com resultados muito negativos para os agricultores”, “que depois ninguém lhes compensa”, sendo que “não é só o que os javalis comem, é mais o que destroem”.

Uma vez que “o javali é uma espécie que não tem predador natural”, o controlo da população no território tem que ser feito através da caça.

Atualmente, as populações de javalis “estão a aumentar mais do que se está a caçar e esse é que é o problema”, aponta, defendendo que “não há outra medida senão implementar ações de caça […] para controlar as populações”.

“Quando há um desequilíbrio, há prejuízos”

Luís Mira afirma que o crescimento excessivo da população de uma espécie tem consequências para a fauna e flora, como se tem vindo a verificar com o javali em vários pontos do país, podendo vir “a prejudicar também os cidadãos com acidentes de viação” e estragos “às hortas que as pessoas têm”, “é isso que é preciso evitar”, conclui.

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