O novo confinamento geral determinado pelo Governo distingue os comerciantes entre “filhos e enteados” ao permitir que apenas alguns possam continuar a funcionar, criticou o presidente da Associação do Comércio, Serviços e Turismo de Beja.
João Rosa disse à Lusa que as medidas adotadas esta semana, no combate à pandemia, “não colocam todos no mesmo nível” e previu que “esta situação de uns estarem abertos e outros não” acabará por “encerrar definitivamente muitos estabelecimentos”.
“Uns são filhos e outros são enteados. Uns têm de encerrar e outros não. Estas situações deviam ser tratadas pelas câmaras municipais em cada concelho”, apontou o presidente da associação comercial.
De acordo com João Rosa, a lei que determina as regras do novo confinamento “é cega”, porque é “feita para todo o país”, embora “as situações de cada região sejam distintas”, pelo que deveriam ser os autarcas a ditar, “com a Saúde Pública” da região, “as necessidades do seu concelho”, assim como “o que devia estar aberto ou encerrado”.
“Esta situação traz sempre prejuízos para o pequeno comércio, em particular a parte da restauração e similares, que parece ser o mais penalizado, assim como as pequenas lojas de fazendas, pronto-a-vestir e sapatarias”, comentou o presidente da associação comercial.
O responsável da Associação de Comércio, Serviços e Turismo de Beja foi mesmo ao ponto de criticar a decisão de encerramento dos restaurantes e cafés.
“Uns voltarão a abrir, outros não. A grande maioria estava a funcionar com todas as medidas aconselhadas, não vejo um risco acentuado que justifique estas medidas. Pelo contrário, vejo a abertura de outros estabelecimentos em que o risco não é mais baixo do que num restaurante”, referiu João Rosa, sem precisar o tipo de estabelecimentos a que se referia.
Ainda assim, segundo o responsável, é “prematuro” avaliar o impacto real que o confinamento vai ter no comércio no distrito de Beja.
Em dezembro, disse à Lusa que “20% a 30% dos sócios” com pequenos estabelecimentos comerciais poderiam fechar as portas até ao final do ano, mas o número, afinal, “foi mais baixo”.
“Não atingiu esses valores, felizmente. Depois deste confinamento? Ouvimos dizer que alguns não vão voltar a abrir, mas as pessoas têm de sobreviver e ir à luta, às vezes com prejuízo e endividamento, portanto é sempre prematuro avançar números”, frisou.
Já sobre as medidas de apoio à economia, anunciadas na quinta-feira, João Rosa considerou que o ‘lay-off’ simplificado, no passado, “foi o mais eficiente e agora será o mesmo”, mas admitiu “não concordar com algumas situações” previstas na lei.
“Tenho algumas dificuldades em perceber que as pessoas que não estejam a trabalhar sejam remuneradas de forma igual. Isto é quase um convite para não trabalhar. Há falta de justiça neste campo”, afirmou.
O confinamento determinado pelo Governo na quarta-feira, no âmbito do novo estado de emergência, para combater a pandemia, encontra-se em vigor desde as 00:00 de sexta-feira até às 23:59 de 30 de janeiro em todo o território de Portugal continental.
(Fonte: Agência Lusa)
03 Jun. 2023 Regional
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