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Sexta-feira, Abril 26, 2024

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“Já apoiamos muitas famílias, mas todos os dias temos mais pedidos de ajuda” diz coordenadora Em Missão na Nossa Terra (c/som)

“Em Missão na Nossa Terra” é este o nome que resultou da união um grupo de cidadãos, das mais diversas áreas, que se juntou de forma voluntária em Reguengos de Monsaraz para agir neste momento de crise devido à COVID-19.

Em entrevista à Rádio Campanário, Marta Prates, coordenadora do projeto, explica como surgiu esta missão e tudo que já fizeram para ajudar a população do concelho.

“Fizemo-lo numa perspetiva de cariz cívico, solidário, de intervenção comunitária ativa e neste momento já somos cerca de 50. Colocamo-nos à inteira disposição da sociedade para auxiliar no que for preciso. Agimos e atuamos em três frentes fundamentais: a informação, a área da saúde e a área da ajuda”.

Relativamente à área da informação a missão tem uma página de Facebook onde todos os dias é colocada informação “que venha de fontes credíveis como autoridades nacionais e municipais, pois toda a informação que vai para a nossa página é fidedigna”. Ainda nesta vertente têm uma equipa de educação que conta com professores, educadores de infância e outras pessoas da comunidade ligadas às letras e coloca na sua página de Facebook conteúdos que visem “ajudar os pais e encarregados de educação nesta fase que estão em casa com as crianças”. Foi criada uma iniciativa denominada “Agora conto eu” onde todas as quartas-feiras e sábados se apresentam histórias educativas às crianças em vídeo. A coordenadora explica que esta iniciativa “é muito relevante para as crianças e para os pais porque conhecem quem está a falar e quem está a comunicar e a informação e proximidade são ferramentas muito importantes para combater esta fase das nossas vidas”.

Quanto à área da saúde o projeto conta com dois médicos, um de Reguengos de Monsaraz e um outro de Coimbra “que tem trabalhado diretamente com a COVID-19 desde o início”, com enfermeiros, dois psicólogos e um técnico de farmácia. O projeto conta com “linhas telefónicas para onde as pessoas podem ligar e falar com o psicólogo, com o médico ou outro profissional e tirar as suas dúvidas”.

Por fim a área da ajuda onde o grupo tem “auxiliado diariamente muitas pessoas que pelas mais diversas razões e condições não podem nem devem sair de casa e nós vamos às compras, à padaria ou à farmácia”. A par disto, tem também distribuído máscaras pelas IPSS do concelho e também a doentes de risco da comunidade.

Marta Prates explica que com o avançar da pandemia e tudo o que esta acarreta tem surgido uma outra vertente que está relacionada com o nível económico das famílias que ficaram sem o seu emprego e os seus rendimentos. “Começamos a notar que há aqui algumas carências e tentamos supri-las com um banco alimentar. Neste momento estamos a recolher junto da comunidade bens alimentares de primeira necessidade e bens de cariz higiénico para tentarmos colmatar esta falta. Estamos a fazer cabazes e já os entregámos a famílias carenciadas”.

Explica que de momento já são apoiadas “cerca de uma dezena de famílias”, mas que “todos os dias temos mais telefonemas e pedidos de ajuda”. Refere que estes pedidos não vêm tanto de famílias que já eram reconhecidas como carenciadas, mas sim de famílias que não o eram e devido à pandemia começaram a passar necessidades, “infelizmente têm chegado cada vez mais estes pedidos”, afirma.

No entanto, a comunidade reguenguense tem sempre ajudado o grupo Em Missão na Nossa Terra, quer através de donativos, quer de ajudas alimentares.

No que diz respeito a um dos grupos mais fragilizados desta pandemia, os idosos, esclarece que “sempre que haja alguma resposta que a missão possa não conseguir dar, encaminhamos para outras instituições que têm respondido muito bem e celeremente”. E sempre que haja conhecimento de situações que necessitem de ajuda e que ainda não estejam sinalizadas a Missão na Nossa Terra prontifica-se a ajudar em todas as situações.

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