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“Os agricultores são soberanos, eles é que escolhem as culturas”, diz diretor de Relações Públicas e Comunicação da EDIA que se demarca da posição do presidente (c/som)

O presidente da EDIA defendeu a ocupação de parte do novo regadio alentejano com árvores de crescimento rápido como solução para atenuar a falta de matéria-prima na indústria papeleira.

O presidente o conselho de administração da EDIA, José Pedro da Costa Salema, é favorável à plantação de eucaliptos em Alqueva, alegando que desta forma será possível garantir a sustentabilidade das pequenas explorações agrícolas, o chamado “regadio social”.

As declarações foram proferidas ao Jornal Público, esclarecendo que ao concentrar em Alqueva um modelo de “produção intensiva, seriam libertados territórios onde teria lugar a recuperação do ambiente”. José Pedro Salema diz “não fazer qualquer sentido distribuir o mal pelas aldeias”, ou seja, disseminar pelo território nacional a plantação de eucaliptos, espécie que já cobre uma área de 812 mil hectares, superando o sobreiro, com 737 mil hectares, e do pinheiro-bravo, com 714 mil hectares.

O sector florestal “é muito dinâmico e, se utilizarmos as pequenas parcelas de terreno em Alqueva, podemos atenuar a falta de matéria-prima e reduzir a vinda de barcos carregados de madeira da América do Sul”. O presidente da EDIA não receia a polémica que a sua posição possa suscitar junto das organizações ambientalistas, encarando como “natural regar eucaliptos”, embora saiba que a legislação em vigor não o prevê, uma decisão que considera “um erro”.

Num esclarecimento solicitado pela Rádio Campanário, o diretor do Gabinete de Relações Públicas e Comunicação da EDIA, Carlos Silva refere que o presidente “não está vocacionado para falar”, as declarações proferidas por Pedro Salema foram “declarações pessoais que não tem que ver com estratégias, os agricultores são soberanos, eles é que escolhem as culturas que devem fazer, não é a EDIA que escolhe”.

Carlos Silva refere ainda que “o principal enfoque da EDIA está na conclusão do projeto até 2015, nos 120 mil hectares do aproveitamento das infraestrutas e na divulgação das potencialidades do Alentejo com Alqueva junto de potenciais investidores”.

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A EDIA é uma entidade promotora do desenvolvimento agrícola e agroindustrial de Alqueva.

Através do apoio à experimentação, da realização de contactos com os beneficiários e com outras entidades no terreno, da divulgação de projetos, da utilização de ferramentas de apoio à decisão e do enquadramento institucional, a EDIA tem apoiado a implementação e desenvolvimento de projetos agrícolas e agroindustriais.

A EDIA disponibiliza ainda sistemas de apoio à decisão, nomeadamente o SISAP – Sistema de Apoio à Determinação da Aptidão Cultural, que permite determinar a aptidão de um solo para uma cultura pré-selecionada e tem em desenvolvimento um Modelo técnico-económico de monitorização e gestão da componente hidroagrícola de Alqueva.

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