Domingo, dia 2 de setembro, D. Francisco Senra Coelho, recebeu das mãos do núncio apostólico D. Rino Passigato, o pálio abençoado pelo Papa Francisco, marcando a sua entrada solene na Arquidiocese de Évora.
“Que o pálio que recebi me faça lembrar sempre as ovelhas mais frágeis e carentes”, declarou o prelado.
Na homilia da celebração eucarística, o novo arcebispo de Évora criticou o «legalismo religioso» e manifestou «comunhão» com o Papa Francisco na renovação da Igreja.
O prelado defende que “o legalismo religioso deturpa e caricatura a verdadeira relação com a beleza de Deus. […] Este orgulho leva à soberba da autossuficiência, da autocontemplação e da autossalvação”.
Lamentando “atitudes fundamentalistas, soberbas, hipócritas e até violentas” reconhecidas “na história e na atualidade”, D. Senra Coelho sublinha a busca pela transparência, pela “verdade, pela coerência”, presente na igreja de Évora.
O novo arcebispo afirmou a importância do “estudo, formação e ação”, valorizando a “partilha da Palavra, na Lectio Divina e no compromisso fraterno e comunitário”.
Dirigindo-se aos jovens que pedem uma Igreja “familiar, transparente e coerente”, aponta que “os sinais dos tempos convidam-nos a alargar horizontes de dádiva de vida e serviço voluntário, vós não sois só a Igreja de amanhã, sois já hoje, o rosto jovem, primaveril, criativo e esperançoso da Igreja em renovação. Vós, jovens, tendes voz e insubstituível lugar na Igreja, pois sois Igreja”.
O arcebispo pediu que a Igreja, “de mãos dadas pela paz, tolerância e no respeito”, saiba “construir a casa comum”, num compromisso com uma “cultura ecológica global” de forma a “olhar o futuro com esperança”.
Durante a homilia, D. Francisco Senra Coelho saudou o seu antecessor, o agora arcebispo emérito de Évora, D. José Alves, e lembrou o arcebispo emérito D. Maurílio Gouveia; e dirigiu palavras às autoridades civis, demonstrando intenção de “dialogar e cooperar na edificação do bem comum, a favor da população”.
{gallery}evora_palio_arcebispo{/gallery}