Tal como a Rádio Campanário noticiou decorrem em Vila Viçosa trabalhos arqueológicos no âmbito do processo de Candidatura de Vila Viçosa a Património da UNESCO.
Os trabalhos, de acordo com a Autarquia Calipolense, visam identificar possíveis vestígios quinhentistas de Vila Viçosa e decorrem em vários locais de Vila Viçosa.
À margem da realização do ciclo Ibérico sobre Arquivos e Fontes documentais, que hoje decorre no auditório da CECHAP, a Rádio Campanário falou com o Vice-Presidente da Câmara Municipal de Vila Viçosa, Tiago Salgueiro, a este propósito.
O Autarca começou por explicar que “existia no Século XVI um pano de muralha que envolvia todo o crescimento urbanista de Vila Viçosa nesse período” acrescentando “com a construção desta muralha , a Cerca Nova, pretendia-se proteger o aglomerado urbano que se tinha crescido entre o Paço e o castelo, o que levou o Duque D. Jaime a construir uma muralha que infelizmente acabou por desaparecer no final do Séc. XIX.”
Os trabalhos Arqueológicos que estão a ser desenvolvidos pretendem “encontrar uma justificação para esta construção e para o próprio traçado, tentando perceber onde é que a muralha passava, qual a sua configuração, que portas tinha”, informação importante para o dossier de candidatura de Vila Viçosa a Património Mundial da Unesco.
O objetivo, refere o Vice-Presidente, passa ainda “por utilizar depois estes materiais na criação do centro interpretativo e que permita ao visitante perceber como tinha sido feito esse crescimento urbano de Vila Viçosa e como tinha sido feita a sua proteção.”
Apesar de neste momento em resultados concretos ainda não estarem disponíveis muitas informações, Tiago Salgueiro adianta-nos “ foram encontrados alguns troços de alvenaria que podem ou não pertencer à cerca nova”.
Os trabalhos continuam, neste momento na Rua Martim Afonso de Sousa, junto do Colégio dos Jesuítas , por onde passava também parte dessa muralha.
A Antiga porta da Vila era uma das portas de entrada desta cerca nova que se localizava precisamente na antiga estrada real que vai para Borba e que foi deslocalizada nos anos 30 do século XX.
Segundo Tiago Salgueiro “este traçado é absolutamente fundamental para percebermos esta visão militar que o Duque de Bragança D. Jaime tinha em relação a Vila Viçosa.”