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500 Anos da Misericórdia de Arraiolos :“Notável, poucas instituições resistiram tantos anos com esta capacidade” Afirma Dr. Caldas de Almeida

No passado dia 6, a Misericórdia de Arraiolos, um pilar na comunidade com uma história que se estende por 500 anos, foi celebrada numa cerimónia realizada no Cine-Teatro de Arraiolos. Esta ocasião reuniu diversas personalidades e representantes de entidades comprometidas com a solidariedade e o bem-estar social.

A Rádio Campanário esteve presente e conversou com o Dr. Manuel Caldas de Almeida, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Mora e Presidente do Secretariado Regional de Évora da União das Misericórdias Portuguesas. Durante a entrevista, o Dr. Caldas de Almeida refletiu sobre os 500 anos da Misericórdia de Arraiolos e a sua adaptação à evolução da sociedade, destacando a capacidade de resiliência e adaptação destas instituições ao longo dos séculos. “É um exemplo histórico notável, poucas instituições no mundo resistiram 500 anos com esta capacidade que as Misericórdia têm”, afirmou.

O provedor também abordou os desafios atuais, como a sustentabilidade financeira face ao aumento da esperança média de vida e as insuficiências dos apoios do estado. Sublinhou a crescente dificuldade em suportar os custos operacionais, dada a discrepância entre o financiamento recebido e os gastos reais. “Recebemos à volta de 900 euros e gastamos 1400 por utente, resultando num défice significativo ao final do ano”, explicou, evidenciando a necessidade urgente de revisão dos modelos de financiamento.

O Dr. Caldas de Almeida salientou ainda a importância de discriminação positiva por parte do Estado, especialmente para as Misericórdias no Alentejo, e ainda a necessidade de atrair capital humano jovem para revitalizar estas instituições e combater a desertificação da região. Apelou a uma maior integração dos jovens nas Misericórdias, como uma forma de injetar novas ideias e energias na gestão destas instituições centenárias.

Ao concluir, reiterou a sua fé no futuro e na capacidade das Misericórdias de superarem os obstáculos, mantendo-se como pilares de apoio social e de emprego nos seus concelhos. Salientou ainda o papel crucial das Misericórdias na sociedade portuguesa, destacando tanto os seus desafios como a esperança que ainda reside no coração destas instituições históricas.

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