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Sexta-feira, Maio 3, 2024

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“A entrega dos bilhetes à SCMR é a mesma de há uma década, à exceção dos 2 anos de pandemia”, diz David Galego (c/som)

Nuno Miguel Festas, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Redondo, realizou ontem um post, através da sua rede social Facebook, no qual esclarece que, através de discussão em reunião de Câmara, que foi votado pelo PSD a não atribuição de 21 bilhetes à Santa Casa da Misericórdia de Redondo, que se destinavam aos idosos para assistir à corrida de touros por ocasião das Ruas Floridas de Redondo.

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Redondo, acrescenta ainda que a instituição é proprietária do coliseu de Redondo e que tem um protocolo assinado com Câmara Municipal de Redondo, o qual não está a cumprir, uma vez que, neste tipo de situações, segundo Nuno Miguel Festas, “nas últimas duas corridas foram sempre atribuídos bilhetes” e que “o protocolo não refere, em ponto algum, o número de bilhetes a atribuir por direito à SCMR”.

A Rádio Campanário falou com David Galego, presidente da Câmara Municipal de Redondo, a respeito do sucedido com a atribuição de bilhetes à SCMR para a corrida de touros no âmbito das Ruas Floridas de Redondo.

Em declarações à nossa redação, o presidente da autarquia redondense começou por referir que “nós atribuímos bilhetes aos idosos do concelho de Redondo, ao abrigo do Cartão de Idoso, Reformado e Pensionista, que tem regras próprias e esse cartão é atribuído a que tem, de facto, rendimentos mais baixos. Nós vamos atribuir cerca de 160 bilhetes aos idos do concelho para poderem desfrutar da corrida de touros. É um processo que tem sido constante ao longo dos anos e, naturalmente que o vamos continuar a fazer e, vamos continuar a fazer a atribuição dos cinco bilhetes destinados à Mesa Administrativa da Santa Casa. Há um total de 30 bilhetes que são disponibilizados pela Câmara Municipal para o executivo, para os antigo proprietários da praça de touros, para outras entidades e, dentro desses 30, existem cinco que são atribuídos à Mesa Administrativa da Santa Casa. Existe um protocolo que não refere o número de bilhetes, diz que a SCMR tem direito a lugares na praça de touros, apenas isso. Lugares no plural podem ser apenas dois, naturalmente, nós atribuímos sempre cinco e continuamos a atribui”.

“Passada a pandemia, de facto, atribuímos mais alguns bilhetes, porque as pessoas que estavam nas estruturas residenciais, era importante começarem a sair daqueles espaços e, após a pandemia, oferecemos também alguns bilhetes adicionais para, nas estruturas residenciais para idosos, as pessoas poderem também sair, mas foi uma situação pontual. A regra nós cumprimo-la e cumprimo-la escrupulosamente. Estando ou não alojados nas estruturas da SCMR, nós atribuímos sempre bilhetes a todos os que têm o benefício do Cartão do Idoso, por isso, se for utente da Santa Casa e estiver ao abrigo do Cartão do Idoso, vai receber naturalmente os bilhetes. O que a Santa Casa pediu foram bilhetes adicionais, que queria posteriormente oferecer a terceiros, que seriam idoso, mas seria uma descriminação face a tantos outros idosos de todo o concelho que não recebem, porque não estão ao abrigo do Cartão do Idoso. Entendemos não permitir essa situação para não criar nenhuma situação em que houvesse diferenciação entre os que estão e os que não estão numa estrutura residencial para idosos, e que, de uma forma ou de outra, não teriam direito aos bilhetes”, acrescentou.

Quanto ao comentário proferido pelo provedor da Misericórdia de Redondo, Nuno Miguel Festas, sobre o protocolo não estar a ser cumprido, o presidente do Município de Redondo disse que “o protocolo, de facto, não refere nenhum número, diz que são lugares, lugares é plural, podem ser dois ou podem ser os dois mil bilhetes da praça de touros. Vamos, por absurdo, pensar que a Santa Casa resolve solicitar meia praça de bilhetes, naturalmente parece um absurdo, não acredito que isso pudesse acontecer, mas o protocolo apenas diz que são bilhetes. A Santa Casa durante muitos anos recebeu sempre os cinco bilhetes para a Mesa Administrativa, naturalmente, entendeu agora, não sei porquê, que deveria ter direito a uma série de outros bilhetes. A gestão do dinheiro público não é feita pela Santa Casa, neste aspeto, porque há regras no Cartão do Idoso, há de facto um protocolo assinado, que não refere o número de bilhetes”.

“Aquilo que a Santa Casa pretende neste momento é diferente daquilo que recebeu durante os últimos 10 anos, em que o protocolo já estava em vigor. Foi uma decisão unilateral da Santa Casa, em que está a tentar, ao abrigo de um protocolo, que não tem qualquer número, porque só refere lugares e poderiam ser só dois, mas sempre atribuímos cinco, não percebemos porque é que a Santa Casa pediu aquele número de lugares, ou pedir os que entender, porque se entender pedir meia praça terá quer a Câmara Municipal a pagar esses bilhetes para usufruto da Santa Casa. Isso seria uma situação absurda, mas se fosse esse o entendimento da Mesa da Santa Casa, poderia-se dar esse absurdo de pedirem meia praça de bilhetes”, referiu.

Questionado se, salvo a exceção dos últimos dois anos, tem conhecimento de como era feita a entrega dos bilhetes à SCMR, David Galego referiu que “eram exatamente da forma como o vamos fazer neste momento. Os cinco bilhetes são entregues à mesa administrativa da Santa Casa e, os bilhetes que seja para todos os idosos que estejam nessa estrutura e que, tenham por direito, a esses bilhetes, ao abrigo das normas do Cartão do Idoso, a Câmara dá esse conforto económico adicional. Se olharmos para os últimos 10 anos anteriores à pandemia era exatamente assim, agora é assim e também o terá que ser no futuro, na minha opinião”.

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