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Alentejo: uma população envelhecida e demograficamente frágil

O Alentejo é sempre, ou quase sempre, ilustrado com imagens de velhos: velhos homens, velhos sobreiros, velhas casas, velhas estradas e outas velharias. E ao que parece, com razão. Somos uma população envelhecida e demograficamente frágil, o que se deve a uma diversidade de fatores bem conhecidos, tais como: o aumento migratório, a baixa taxa de natalidade, o despovoamento, o êxodo rural, entre outros.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o Alentejo foi a região do país que mais população perdeu nas últimas décadas, registando um pico descendente entre 2001 e 2011, ano em que se realizaram os últimos censos.

Verificou-se então, nessa altura, que dos 47 concelhos do Alentejo, apenas 5 viram a sua população aumentar: Viana do Alentejo, Sines, Campo Maior, Vendas Novas e Évora. Mas, que no geral, o Alentejo registou uma perda populacional superior a 4%.

Esmiuçando agora os fatores acima nomeados, no que respeita à situação socioeconómica desta região, temos vindo a assistir, a profundas alterações, o que nos permite afastar do imaginário comum a paisagem agrícola e rural que sempre aí figurou. As planícies e planaltos estão agora despovoados e desertificados, a indústria concentra-se nos grandes centros urbanos, e o campo, esse deu lugar a luxuosos hotéis rurais para que o povo possa sobreviver à emigração.

Também nas gentes o Alentejo é diferente. A população ativa apresenta ainda um baixo nível de formação e de qualificação profissional, o que limita a fixação empresarial e o incremento tecnológico, como percebemos. Logo, o investimento em inovação e novas tecnologias é limitado e limitador da criação de novas infraestruturas.

A acrescentar a esta realidade, registemos, ainda, o aumento brutal do desemprego e do não consequente mas pertinente envelhecimento, resultando daí mais vulnerabilidade social associada a fenómenos como o isolamento social e de pobreza.

Ressalvemos o facto de no Alentejo, mais de 15% dos trabalhadores receberem a Remuneração mínima Mensal Garantida e com tendência a aumentar.

O tempo dos burros e carroças já lá vai, mas as estradas estreitas e esburacadas permanecem, lado a lado com as novas e caras autoestradas. Isto é, todas as alterações registadas em termos de acessibilidades e transportes não acompanharam a evolução socioeconómica, continuando a existir uma rede viária e ferroviária deficiente e ultrapassada.

O Alentejo apresenta ainda medíocres valores, em termos de saúde, médicos e enfermeiros que, devido ao envelhecimento populacional, já referido, ao aumento da esperança média de vida e às situações de doenças prolongadas suscitam uma falha na resposta social aos problemas clínicos.

De acordo com dados estatísticos do INE, no Alentejo existiam apenas 2,30 médicos por 1000 habitantes em 2012, e 2,30 camas por cada 1000 habitantes em 2011.

Parece ser o inicio do fim dos Alentejanos, sem alarmismos, claro!

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