A Câmara Municipal de Évora não aceita que a cidade fique cortada ao meio com o traçado do corredor ferroviário, Sines/Elvas Caia, apesar de considerar que é um projeto estruturante para o concelho.
Carlos Pinto de Sá, em declarações à Rádio Campanário, referiu que através de uma visita ao traçado, pretendeu mostrar que “a proposta que é feita pelas Infraestruturas de Portugal (IP) é uma proposta absolutamente inadmissível que corta a cidade, que separa bairros e que impede a mobilidade entre zonas urbanas da cidade, que separa escolas, que tem um conjunto de problemas que não têm sentido”.
Salienta que quem fez a visita “e quem foi ver os atravessamentos da linha férrea, percebe perfeitamente que aquela não é uma boa solução”.
Segundo o autarca, o município tem defendido junto do Governo e das IP, que se faça um estudo para “encontrar uma alternativa porque “tem que se olhar para o território e no Alentejo temos muito território”.
Tratando-se de um investimento estruturante para o país e para o Alentejo, Carlos Pinto de Sá diz que se está a tratar este tema como se fosse “um pequeno investimento para funcionar durante meia dúzia de anos”, o que não acontece, já que é “um investimento que pode funcionar durante mais de um século. É uma linha transfronteiriça que vai ligar Portugal à Europa”, pelo que “precisamos de ter uma visão estruturante e de futuro. Uma visão aberta relativamente a esta matéria”.
Carlos Pinto de Sá insiste para que se estude uma alternativa. “Nós só entendemos esta linha se servir Évora e o Alentejo porque nós não queremos ver passar os comboios (…) se os comboios passarem só por aqui, não nos servem de nada, não dão qualquer contributo para o desenvolvimento”.
Até porque o autarca considera que em Évora terá que haver “um cais de mercadorias, uma zona logística para poder tratar as mercadorias de Évora e do Alentejo e sobre isto não há uma palavra até ao momento e continuamos sem saber o que é que se propõe”.
Questionado sobre se o Governo está a par das reivindicações de Évora, diz que em março reuniu com o secretário de Estado das Infraestruturas”, onde essa questão ficou bem clarificada” em que o governante concordou com as alternativas propostas, mas “até ao momento não temos nada de novo sobre a possibilidade de uma alternativa”.
No entanto Carlos Pinto de Sá diz que em dezembro irá reunir de novo com o secretário de Estado das Infraestruturas, Pedro Marques onde espera “de viva voz, poder reiterar a nossa posição e para alem disso já tivemos uma audição publica por parte da Assembleia Municipal de Évora, onde a situação ficou muito clara e onde esteve um representante do Governo que ouviu todas as forças politicas e sociais, pronunciarem-se contra esta situação”, esperando que “o Governo tenha em conta aquilo que é a voz de Évora relativamente a esta matéria”.