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Catarina Martins esteve em Borba para se inteirar das dificuldades do setor dos mármores e das oportunidades (c/som)

A deputada e coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, esteve esta sexta-feira, dia 14 de outubro em Borba, onde foi recebida nos Paços do Concelho do Município pelo presidente da autarquia, António Anselmo e por um conjunto de entidades locais.

Depois a deputada bloquista visitou algumas empresas ligadas ao setor dos mármores, e à noite, decorreu uma sessão pública no Cine Teatro Municipal de Borba.

No dia em que decorreu o debate quinzenal na Assembleia da República e depois da proposta do Orçamento do Estado para 2017, ter sido aprovada em Conselho de Ministros, Catarina Martins em entrevista à Rádio Campanário falou sobre o setor dos mármores, tendo evidenciado que o BE está preocupado com o problema “do emprego e da sustentabilidade dos setores produtivos”, pelo que a visita a Borba, foi para se inteirar “do que são as dificuldades e as oportunidades “, sendo claro que “não podemos perder a capacidade industrial no país e na região porque é um pilar do emprego e do desenvolvimento, mas é também claro que é preciso tomar passos  e ter estratégias para uma nova forma de encarar as pedreiras e o setor produtivo”.

No seu ponto de vista, existem condições que considera essenciais, “colocar a inovação, a tecnologia e a ciência ao serviço do aproveitamento dos resíduos dos escombros das pedreiras, que pode criar muito mais valor e permitir a venda de material que hoje não é vendável”, mas também, “reduzir o impacto ambiental das pedreiras”, criando “emprego e gerando valor”, sendo que, no seu entender, “é o emprego do futuro”.

Mas para que que isso venha a acontecer, é necessário que exista “uma ligação entre tecnologia e empresas que devem ter uma estratégia a nível nacional”, salientando que esta estratégia já está a ser implementada em algumas áreas, “é preciso estender as questões da tecnologia aquilo que é a capacidade industrial, com respeito ambiental, que é o caminho do futuro”.

Catarina Martins diz ainda que existe nesta zona do país “um problema de acessibilidades que seria resolvido com a ferrovia, “porque a ferrovia transportaria com muito menos custos ambientais e muitos menos custos financeiros, o material das pedreiras para exportação”.

No entanto salienta que existem outras medidas que “são mais simples e mais imediatas”, afirmando que tem expetativas de que com o Orçamento do Estado para 2017, se comecem “a dar respostas na redução do preço da energia ou com um incentivo no IRC às empresas que estão no interior e onde falta tanto emprego”, considerando que “são medidas mais pequenas, mas que no imediato podem fazer alguma diferença”.

Confrontada sobre a possibilidade de existirem para o setor dos mármores, medidas adicionais relativamente ao preço dos combustíveis à semelhança do que acontece com as transportadoras, expressa que “tanto na eletricidade como no combustível, temos um problema de benefícios a mais do Estado, não para os setores produtivos da economia, mas com os próprios produtores da energia, e uma das formas de baixar o preço da energia para todos, é combater esses privilégios”.

A líder bloquista diz que é uma questão sobre a qual o BE se está a debater, mas também irá analisar a questão que lhe foi proposta nesta visita, que o combustível profissional que as transportadoras têm, possa ser aplicado às máquinas da industria, uma situação que Catarina Martins se comprometeu “a estudar”.

“O importante é não dar subsídios, mas permitir compras com menores custos”, afirma.

Confrontada se não será a mesma coisa, defende que não, justificando-se que existe “um sistema cruzado de benefícios sobre a energia que se diz sempre que é para beneficiar a economia e acaba sempre a beneficiar os mesmos, as produtoras de eletricidade”.

O mais importante para o BE, segundo Catarina Martins, “é assegurar a compra de energia, seja a energia elétrica ou o combustível, a um preço justo e mais baixo aos produtores do que aumentar um sistema de privilégios que não tem tido o impacto que precisava ter na economia”.
Assinala que o Orçamento do Estado para 2017 tem “algumas medidas ténues” relativamente à energia elétrica, avançando que o BE na especialidade vai apresentar “medidas que irão mais longe para baixar o preço da energia para toda a gente”.

Assegura, contudo, que nesta visita a Borba, leva o compromisso de estudar a possibilidade de, para determinada indústria, ser possível ter acesso ao combustível nos mesmos moldes das transportadoras, ou seja, “com o mesmo preço”, afirmando que sobre esta matéria será produzido um debate.

 



 

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