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Terça-feira, Outubro 15, 2024

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Com apenas 50% de financiamento comunitário, intervenção no telhado da Igreja da Misericórdia de Mourão, poderá não avançar, diz Provedor da Santa Casa (c/som)

No passado dia 25 de julho, foi assinado o Contrato de Financiamento para a obra de “Conservação e Restauro da cobertura da Igreja da Misericórdia de Mourão”, candidatura apresentada pela Santa Casa da Misericórdia a fundos comunitários, com a qual foi obtida uma comparticipação de 50%.

Victor Bragança, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Mourão, declara à Rádio Campanário que o financiamento de “50% é muito curto”.

Relativamente à igreja, o Provedor explica que têm vindo a ser desenvolvidos esforços para recuperar o seu interior, recorrendo à mão-de-obra disponível, uma vez que a igreja se encontrava “um pouco deteriorada a nível do seu interior”, que se encontrava “completamente degradado”. Tendo-se procedido à recuperação da talha, sonorização da igreja, intervieram a nível da “iluminação indireta”, recuperaram a sacristia e construíram casas-de-banho, menciona o Provedor.

“O telhado da igreja” foi recuperado nos anos 60, após queda da abóbada, diz Victor Bragança, tendo sido restaurado com “telha lusa”.

Desta forma, “há uma parte que vai ser arranjada, que é telha daquela antiga”, uma vez que o edifício data de 1722.

“O telhado que está degradado” é o da Sede “que é contíguo à Igreja da Misericórdia”, explica, acrescentando que “nós fizemos um projeto, uma candidatura, e ela foi aprovada”.

Neste seguimento, foi assinado em julho o contrato, com presença do senhor secretário de estado das autarquias locais, Carlos Miguel, e a vice-presidente da CCDRA, Cármen Carvalheira, ficando determinados 90 dias para o início das obras.

Ao realizar a candidatura, esperavam apoios comunitários “na ordem dos 85%, 90%. E para nossa surpresa, quando assinamos o protocolo” é financiado a 50%, declara o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Mourão.

A Santa Casa de Mourão “vive com muitas dificuldades”, explica, tendo inclusive “compromissos” com a banca, que a inviabiliza de despender o montante requerido para concertar a cobertura da igreja.

“Terá que ser um assunto ainda bem ponderado”, afirma, uma vez que “primeiro nós temos que avançar com o dinheiro”, sendo posteriormente reembolsado.

“Por estas verbas, eu não sei se a Santa Casa poderá avançar com esta obra”, declara o Provedor.

“Eu não posso perder a sustentabilidade de outras áreas importantes”, diz Victor Bragança, afirmando que a Santa Casa da Misericórdia de Mourão se debate “com grandes problemas financeiros”.

Com uma comparticipação comunitários dos custos, apenas 50%, a despesa para a instituição rondaria os 13 mil euros, avança, declarando que o valor, “é incomportável neste momento para tesouraria da Santa Casa”.

O Provedor declara ainda aberta a possibilidade de “mudar algumas telhas e ir remediando a situação, de maneira a que um dia mais tarde a gente consiga um financiamento na ordem dos 85, 90%”, pois atualmente, afirma, “não posso estar a descapitalizar e a destabilizar as contas da Santa Casa, pelo telhado”.

Mais afirma, priorizar investimentos no Lar de Nossa Senhora das Candeias, “atividade principal” da instituição, como têm vindo a ser feitos, em detrimento da igreja.

 

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