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Covid-19: 10% das crianças apresentam níveis disfuncionais de ansiedade em isolamento, revela estudo

Quase 10% das crianças em isolamento social apresentaram índices de ansiedade acima do considerado funcional, sendo que pais ou cuidadores com mais ansiedade, stress ou depressão tendem a ter filhos mais ansiosos. É a conclusão de um estudo desenvolvido por uma equipa do Instituto de Apoio à Criança (IAC) entre abril e maio de 2020, onde se procurou perceber “O que pensam e o que sentem as famílias em isolamento social” por causa da pandemia de covid-19. No estudo participaram 807 famílias com filhos com idades entre os quatro e os 18 anos.

Analisados os níveis de ansiedade, stress e depressão dos pais ou cuidadores e os níveis de ansiedade das crianças, constatou-se que, em média, os resultados estavam dentro dos valores normais para a população portuguesa. Ainda assim, verificou-se que num grupo de 112 pais havia níveis de ansiedade, stress ou depressão severos ou muito severos. Já em relação às crianças foi possível constatar que 43 (9,8%) apresentavam um nível de ansiedade acima do considerado funcional.

As investigadoras Fernanda Salvaterra e Mara Chora, que desenvolveram este estudo chegaram ainda à conclusão que “pais mais ansiosos, deprimidos e stressados têm, também, filhos mais ansiosos” e que o stress dos pais demonstrou ser “tanto maior quanto mais pequenos forem os filhos e quanto maior for o número de crianças em casa”. Já as crianças manifestaram níveis mais elevados nas situações em que as rotinas familiares sofreram alterações e níveis mais baixos de ansiedade quando praticaram exercício físico, podendo esta ser considerada uma estratégia adaptativa”, lê-se no estudo.

O estudo permitiu também demonstrar que a saúde dos avós, dos pais, dos familiares, dos amigos e a sua própria saúde preocupou mais as crianças do que os pais perceberam. O estudo demonstrou ainda que as crianças se sentiram mais amedrontadas, mais tristes, mais inseguras e com mais dificuldades em dormir do que os pais constataram.

Estes dados parecem sugerir “que as crianças não manifestam as suas preocupações, transmitindo uma aparente serenidade face à situação que estão presentemente a viver ou que os pais as desvalorizam”, escrevem as investigadoras.

Por outro lado, o esclarecimento das notícias consoante a idade (64,3%) e ouvir as preocupações e medos das crianças (62,3%) foram as estratégias principais utilizadas pelos pais para ajudarem as crianças a lidarem com a pandemia. Para a maioria dos pais (83,1%) o lado bom do isolamento foi terem mais tempo para passarem com os seus filhos, aspeto também valorizado pelas crianças (79,6%), que também consideraram como aspeto mais negativo não poderem estar com os amigos.

 

Fonte: Lusa

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