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Sábado, Abril 27, 2024

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Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas comemorado pela primeira vez em Olivença (c/som e fotos)

Comemorou-se este ano pela primeira vez, de uma forma institucional, em Olivença, o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Tratou-se de um momento histórico para as relações entre Portugal e Espanha e para as relações transfronteiriças entre o Alentejo e a Extremadura Espanhola, em que estiveram presentes diversas individualidades dos dois lados da fronteira.

A Rádio Campanário esteve presente e falou com o Alcaide de Olivença, Manuel González Andrade, que referiu ser “um dia histórico, há vários anos que vínhamos celebrando na Extremadura e também o Centro Educativo com as crianças dos vários níveis de ensino e conhecendo a história de Olivença (…) porque é que não se celebrou até agora o Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas em Olivença.

O Alcaide de Olivença considera que é uma forma “de estreitar laços, ampliar e dar valor ao que temos em comum com os nossos vizinhos portugueses e entre todos conseguirmos melhorar o que procuramos, que é melhorar a vida dos cidadãos que é isso que representamos, através da cultura, do património, através de parcerias entre municípios de Olivença e municípios portugueses”.

Manuel González Andrade avançou ainda que esteve reunido em Lisboa com o Ministro-adjunto do Primeiro-ministro, António Costa e o Presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz e de Mourão, a fim de falar sobre “os fundos europeus que necessitamos para potenciar esta zona, e a disponibilidade e atitude do Governo de Portugal foi muito positiva”,

Instado sobre a possibilidade de poder haver projetos conjuntos entre Portugal e Espanha, refere que foi apresentado um plano ao Ministro-adjunto do Primeiro-ministro “sobre o que consideramos ser importante e de forma a podermos dar valor a esta zona e potenciar (…) nós temos a sorte de, com o Alqueva, termos praticamente um terreno virgem e que tem um potencial tremendo”.

Sobre a geminação entre o Município de Vila Viçosa e Olivença, e quais os projetos que poderão ser desenvolvidos em conjunto, o Alcaide diz que há uns meses foi retomado o relacionamento que já vem desde 2007, “e há que materializar em papel e começar a trabalhar de forma conjunta (…) na área do turismo, da agricultura e da língua também. Tudo aquilo que nos une e que é muito, porque temos uma história comum e que devemos aproveitar, porque virar as costas ao passado é um grande erro”.

José Ribeiro e Castro referiu à reportagem da Rádio Campanário que é com grande alegria que vê “este processo, que foi muito iniciado pela Além Guadiana e fundado em 2008, e sempre em trabalho e bom diálogo com as autoridades, quer do Município de Olivença, quer da comunidade da Extremadura, tem tido um desenvolvimento extraordinário e que culmina hoje com este acontecimento único, que é podermos ter a alegria de celebrarmos o Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas, com esta simplicidade, mas este extraordinário simbolismo aqui em Olivença”.

Ribeiro e Castro acrescenta que costuma dizer que “Olivença é uma terra secante, que cruza Portugal e Espanha, e sem prejuízo das posições justas do ponto de vista jurídico, que Portugal tem, temos que encontrar maneiras de quebrar tabus e embaraços e conseguir desenvolver os laços com aqueles que vivem com o coração português nesta terra (…) e não podemos ter tanto amor a Olivença que lhe fechamos os olhos, isso não pode ser”.

A esta Estação Emissora, o presidente da Câmara Municipal de Portel, José Manuel Grilo, refere que a sua presença em Olivença se justifica pela boa ideia que Olivença teve em “convidar alguns municípios da zona e que viemos mostrar aquilo que também temos na nossa comunidade e no caso de Portel, os Cantes Alentejanos e que é um principio para tentarmos que as nossas comunidades possam servi-la e tentarmos que dois povos, que estão relativamente perto, e aproximarmo-nos uns dos outros e podermos trocar algumas experiencias, nas várias áreas que hoje aqui abordamos, na língua portuguesa, na cultura e também no desporto e em todas as áreas que seja possível colaborar”.

Carlos Luna, conhecido ativista da causa de Olivença, salientou que “é um dia histórico e eu tenho acompanhado Olivença, e desde há 28 anos tenho tentado dar o máximo de informação desinteressadamente ao povo de Olivença e há quem diga que eu sou idealista (…) e a verdade é que nestes últimos anos, muita coisa tem mudado, as pessoas estão a tomar consciência do seu passado, da sua raiz cultural que é portuguesa (…) e nos últimos anos têm sido dados passos muito importantes como o pedido das nacionalidades. Já temos cerca de meio milhar de oliventinos com nacionalidade portuguesa e no espaço de um ano e meio tem sido um desenvolvimento surpreendente, portanto celebrar o 10 de Junho aqui é para mim um motivo de satisfação pessoal, ver que os oliventinos começam a recuperar a sua individualidade (…) e começa a haver uma consciência de que eles pertencem efetivamente também ao mundo lusófono e mais concretamente português e que para mim é um motivo de orgulho e de satisfação, que vejo esta celebração”.

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