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Domingo, Maio 19, 2024

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Distrito de Beja tem o 5º preço mais caro do País para limpeza de terrenos florestais

Os custos elevados e a escassez de mão-de-obra são indicados pelos profissionais de limpeza de terrenos como os principais motivos que levam a incumprimentos na gestão de combustível dos terrenos florestais. O distrito de Beja tem o 5ª preço médio por hora mais elevado para limpeza de terrenos, de 20 euros. Valor igual ao do distrito de Viseu.

Segundo um estudo da plataforma Fixando junto do sector, os serviços de limpeza de terrenos são mais caros no distrito de Lisboa (33€ por hora), seguindo-se os distritos de Santarém (31€), Setúbal (29€) e Faro (25€).

Esta realidade tem sido particularmente evidente em Santarém, o distrito com maior número de incumprimentos segundo comunicado da Guarda Nacional Republicana (GNR), onde o preço médio por hora de 31€ para serviços de limpeza de terrenos contrasta com a média nacional de 20€.

No entanto, a GNR revelou ainda que, entre 2019 e 2023, seguiram-se Castelo Branco, Braga, Coimbra e Aveiro como os distritos com maior número de incumprimentos. Por outro lado, Évora, Beja e Portalegre são aqueles que registaram menos incumprimentos na limpeza de terrenos florestais.

A plataforma de contratação de serviços revela ainda que nos primeiros quatro meses do ano, se verificou uma quebra de 15% na procura por serviços de limpeza de terrenos, face ao mesmo período do ano passado.

Nuno Trindade, da Projecto Verde, esclarece que muitas vezes as limpezas de terrenos são muito dispendiosas em relação ao valor patrimonial dos mesmos, o que acaba por levar a uma desvalorização ou até mesmo abandono total por parte dos proprietários. “Quando consideramos terrenos rurais que são heranças, muitos ainda em processos de legalização, há proprietários que acabam por deixar os mesmos ao abandono, sendo que muitos deles não têm recursos financeiros para contratar quem proceda à limpeza dos terrenos”, explica.

Além da questão económica, a escassez de profissionais qualificados e a falta de mão-de-obra são também apontados como factores determinantes para a incapacidade de alguns proprietários em manterem terrenos limpos.

De acordo com a Green Forest, empresa florestal sediada em Aveiro, existem muitas zonas onde simplesmente não existem profissionais para realizar este tipo de trabalhos e os proprietários não têm capacidade para levar a cabo a manutenção necessário nos seus terrenos.

“Perante estes desafios, torna-se essencial promover políticas que incentivem a formação e disponibilidade de mão de obra qualificada, bem como medidas que facilitem o acesso a serviços de limpeza a um custo acessível. Além disso, é importante que as autoridades adoptem uma abordagem mais abrangente na aplicação de medidas coercivas, considerando não apenas a imposição de coimas, mas também a sensibilização e apoio aos proprietários na gestão adequada dos seus terrenos”, explica Alice Nunes, directora de novos negócios da Fixando.

Este ano, o Governo decidiu prorrogar por mais um mês o prazo para os proprietários e produtores florestais procederem à limpeza das matas e terrenos. O prazo, que terminava a 30 de Abril, foi prolongado até 31 de Maio.

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