Todos os trabalhadores do Centro Dramático de Évora (CENDREV) estão com salários em atraso, desde há cerca de 3 meses, sendo que muitos já foram dispensados e estão atualmente a contribuir para os números do desemprego. José Russo, diretor do Centro, disse à Rádio Campanário que as dificuldades começaram há quatro anos, com os cortes feitos à Cultura: antes, a coletividade recebia um apoio de 300 mil euros da Direção Geral das Artes (DGArtes). Atualmente, o apoio é de 100 mil euros, montante que apenas permite manter, com dificuldade, a atividade do grupo. O responsável adiantou que a dívida da Câmara Municipal de Évora, com um montante que ascende aos 150 mil euros, ainda dificulta mais a sobrevivência do CENDREV, que só continua de portas abertas porque os trabalhadores não reclamam os montantes em falta nos tribunais.
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São muitas as coletividades culturais que atravessam grandes dificuldades. Outro exemplo disso, em Évora, é o Pim Teatro. A completar 20 anos de existência em 2013, o grupo é composto por três profissionais, que acumulam funções na tentativa de dar continuidade ao projeto. Para além dos despedimentos e a redução drástica nos salários – de 800 para 500 euros – a companhia também tem salários em atraso, cujo montante é superior a 12 mil euros. As dificuldades financeiras continuam a agravar-se, depois de a companhia ter ficado de fora nos concursos de apoios diretos às artes da DGArtes. Para Agosto ainda não foi vendido nenhum espetáculo e os que estão marcados para setembro não garantem a subsistência. É neste cenário que o Pim Teatro está a considerar continuar o trabalho noutra zona do país ou fora de Portugal.
Entretanto, o grupo começa hoje a desenvolver a “Semana dos Palhaços”, que se prolongará nas ruas de Évora até ao próximo domingo. Juntando dez companhias oriundas da Venezuela, Brasil, Colômbia, Espanha e Portugal, que vão realizar mais de 20 apresentações, o público poderá apreciar a arte circense e o engenho de palhaços, mas também acrobatas e malabaristas. A entrada é gratuita.
