Fez 58 anos que na noite de 31 de dezembro para 1 de janeiro, cerca de 20 homens (entre militares e civis), tentaram um golpe de Estado, para derrubar o regime fascista de António de Oliveira Salazar.
Esta tentativa ficou conhecida como a “Intentona de Beja”, tendo ficado para a história o registo de 2 vítimas mortais.
O General Sem Medo, Humberto Delgado, foi apontado como sendo o arquiteto do golpe, pese embora nunca tenha aparecido. Lembramos que na época, Humberto Delgado, vivia na clandestinidade, existindo relatos que terá ido para Lisboa e, depois para Vila de Frades (Vidigueira) onde acompanhou as operações da Intentona de Beja. Após o fracasso, o General Sem Medo regressou ao exílio.
O assalto ao quartel do Regimento de Infantaria 3 (RI3), em Beja, foi comandando pelo Capitão Varela Gomes, contando com o apoio do Major Francisco Vasconcelos Pestana, do tenente Brissos de Carvalho e dos civis Manuel Serra e Fernando Piteira Santos.
No interior do quartel estariam cerca de 300 homens, as primeiras rajadas de metralhadora ouviram-se antes da meia noite. Os revoltosos tentam tomar o comando do quartel, atingindo o Major Calapez no tórax, que riposta e atinge Varela Gomes no baço, deixando-o gravemente ferido. Durante a troca de tiros que se segue, o Tenente-Coronel Jaime Filipe da Fonseca acaba por perder a vida.
Durante cerca de 10 dias, os militares estiveram de prevenção e encerrados dentro do quartel do RI3, tendo sido averiguado se existiam cúmplices dentro do quartel.
O Capitão Varela Gomes foi expulso do Exército e preso pela PIDE, o Major Calapez foi galardoado como herói pelo Estado Novo.
Lembramos que no ano de 1987, o então presidente da república, Mário Soares, referiu que “se não fosse um tal de major Calapez, o 25 de abril teria acontecido 15 anos antes”.
