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Hospital de Évora reduziu tempo de espera para colonoscopias em doentes prioritários de 180 para 76 dias através de projeto inovador (c/som)

O tempo de espera médio para colonoscopias no Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) para doentes com suspeitas de cancro colorretal desceu de 180 para 76 dias, este ano, graças a um projeto de parceria com os centros de saúde.

O projeto “Prioridade à vida no cancro colorretal” quer melhorar o acompanhamento do doente, desde o diagnóstico até ao tratamento, e junta a unidade hospitalar de Évora e o Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central (ACES AC).

Neste âmbito o médico Jorge Caravana, diretor do Serviço de Cirurgia do Hospital do Espírito Santo de Évora, explica que o convite para a implementação de uma checklist, surgiu em 2015, para que se começasse, no Serviço de Gastroenterologia, a “priorizar os doentes mais urgentes para o exame”.

No entanto garante que “dentro do hospital não havia atrasos”, já que “depois de diagnosticado, tudo decorria nos tempos ideais”, mas existia um problema dentro do hospital que era o número de colonoscopias pedido sem haver uma definição de prioridades, pelo que foi “oficializado um checklist com os sintomas mais frequentes para conseguirmos elaborar depois uma lista de prioridades e isso permitiu que os doentes em risco e mais prioritários, fizessem o exame primeiro, e os outros que são de seguimento ou por queixas menos preocupantes, esperassem um bocadinho mais e com isso conseguir-se reduzir para menos de metade o tempo de espera das coloscopias para estes doentes prioritários, concentrando os diagnósticos mais graves nestes doentes a quem antecipamos a colonoscopia”.

Para que este projeto tenha sucesso depende em muito da articulação com a Medicina Geral e Familiar. O diretor do Serviço de Cirurgia do Hospital do Espírito Santo de Évora, diz que “o checklist é preenchido pelo médico de família que vê o doente e o encaminha para o hospital. Quando conseguirmos uma adesão maciça dos médicos de Medicina Familiar a esta lista, esperamos ter ainda melhores resultados”.

No que diz respeito aos tempos de espera para a realização da colonoscopia, diz que estes não diminuíram, mas “foi conseguido estratificar os doentes e priorizar aqueles que estavam em risco de ter uma doença maligna. O global não diminui”, acrescentando que “havia doentes que poderiam esperar 180 dias por uma colonoscopia e que estavam em risco e o que se conseguiu foi que não esperassem mais do que 76 dias, o que é uma redução para mais de metade do tempo de espera”.

Adverte que a região Alentejo é de risco para este tipo de doenças, devido “ao consumo de carnes vermelhas e fumadas e não em termos de legumes e verduras, pelo que há uma prevalência maior de obstipação e também o contacto das fezes mais prolongado com o intestino, mas também o próprio tipo de toxicidade destes alimentos”, ressalvando que “não é proibido comer carnes vermelhas ou enchidos, não se pode é fazer disso o principal da sua alimentação”.

Questionado sobre a resposta do hospital, caso o exame seja positivo, o médico Jorge Caravana diz que “é imediata, o gastroenterologista tem um exame positivo e entrega-mo em mão e só sai da minha mão quando eu tiver marcado o dia da intervenção ou pelo menos a observação do doente, se não for caso de ser intervencionado logo, se tiver que fazer quimio ou radioterapia primeiro, como acontece muitas vezes com o tumor do reto”.

No entanto caso o doente tenha que ser operado, “não ultrapassa os 15 dias”.

Por ano são tratados no Hospital de Évora, entre 120 a 130 doentes, numero que não tem vindo a aumentar “tanto como antigamente”, devendo-se à sensibilização da população até “ao nível das escolas e da saúde pública e em que as pessoas têm mudado um bocadinho os seus hábitos alimentares e não tem aumentado tanto como outro tipo de cancro”.  

O projeto “Prioridade à vida no cancro colo-rectal” integra-se no programa Boas Práticas de Governação, uma iniciativa da Novartis em parceria com a Universidade Nova de Lisboa, que proporciona aos participantes uma oportunidade de acesso a um plano curricular desenvolvido pela universidade e que lhes garante as bases teóricas e o acompanhamento necessário ao desenvolvimento dos projetos.

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