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Domingo, Abril 28, 2024

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Ministra da Agricultura inaugurou a reabilitação do perímetro de Rega da Vigia com ligação a Alqueva esta quarta-feira (c/som e fotos)

A Ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas esteve em Montoito no dia 8 de abril, pelas 10:00 para inaugurar a reabilitação do Perímetro de Rega da Vigia e a sua ligação ao Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva.

O perímetro de rega da Vigia, que ocupa uma área com aproximadamente 1500 hectares, serve 446 prédios  rústicos e tem origem de água na barragem da Vigia, facto que até aqui tem levado a que um em cada cinco anos, este perímetro sofra os efeitos da seca.

Com a reabilitação agora efectuada e com a ligação ao Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva a partir da albufeira do Monte Novo, fica garantida a regularização do armazenamento, assegurando-se assim as campanhas de regas no futuro sem necessidade de água.

Estas obras representaram um investimento na ordem dos 5,5 milhões de euros, financiados pelo PRODER.

Assunção Cristas no final da visita, à Rádio Campanário, esclarece que “neste momento tem 22 empreitadas no terreno num investimento público na casa dos 200 milhões de euros a ser executado”, dizendo que o seu compromisso era “de que no final do ano ter a obra incluída. Nesta campanha de rega temos 88 mil hectares a regar e na próxima campanha de rega teremos os 120 mil hectares concluídos. Este é um trabalho extraordinário que o país está a fazer”.

A ministra acaba por dizer que este investimento público está a ter junto dos agricultores um “bom eco” que aderem cada vez mais ao regadio fazendo investimentos em volta deles.

Cristas realça que “os euros gastos no empreendimento de Alqueva são dinheiros públicos muitíssimo bem gastos, porque multiplicam as possibilidades de investimento na agricultura. Para além disso o EFMA – Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva – tem tido a possibilidade de ajudar empreendimentos vizinhos já existentes como é o caso do perímetro de rega da Vigia em que sabemos que tinha escassez de água a cada cinco anos e foi possível [com esta obra] fazer uma ligação de Alqueva à Vigia passando a dar garantia de estabilidade, num empreendimento renovado em 5,5 milhões de euros em torno de 1700 hectares”.

À Rádio Campanário o presidente da Associação de Beneficiários da Obra da Vigia, Luís Bulhão Martins, explica que este perímetro vai trazer aos agricultores melhores condições para regar, “alguns deles regavam em condições muito precárias e a partir daqui vão regar com maior segurança, ou seja com abastecimento bem garantido, com melhores condições de fornecimento de água. O que o regadio faz é atenuar os efeitos económicos das secas uma vez que existindo reservas de água vai por fim à falta sistematicamente da mesma”. 

Bulhão Martins refere que “Montoito tem quase 2000 hectares de regadio à custa da barragem da Vigia. Barragem essa que está regularizada, antigamente havia anos em que enchia e outros que não. Nesses anos de seca havia uma grande dificuldade em fornecer água aos regantes. E agora com esta ligação ao Alqueva passa-se a poder regar com regularidade”.

O presidente da Associação de Beneficiários da Obra da Vigia disse ainda que a obra demorou “um ano a ser executado”.

O presidente da EDIA, José Pedro Salema,  esclarece que a ideia para este perímetro “surgiu no ano passado, estando a EDIA a colaborar na concepção da solução. Nomeadamente, no dimensionamento do tamanho das condutas, no percurso, na localização do reservatório, ou seja na parte de toda a engenharia  da solução. A DGADR – Autoridade Nacional do Regadio – teve um papel fundamental , embora este projecto tenha sido a seis mãos em que a EDIA, a DGADR e a Associação de Beneficiários da Obra da Vigia chegaram à solução”.

José Pedro Salema afinca que “o papel da EDIA foi garantir que a solução encontrada fosse a melhor, a que tivesse os menores custos e aquela que tem maior facilidade de operação”.

Presente na cerimónia de inauguração esteve o presidente da Câmara Municipal de Redondo, António Reto, que se mostrou satisfeito com este regadio dizendo que “com estas infra-estruturas ficamos ligados ao Alqueva, isto quer dizer que se houver anos de seca consecutivos permite que os agricultores possam regar normalmente sem estarem preocupados com a bacia da Vigia”.

Na opinião de António Reto “este conjunto de agricultores, estamos a falar de três centenas, que vão ter outras necessidades principalmente ao nível de apoio técnico e tecnológico para rentabilizar melhor a infra-estrutura que está a ser inaugurada e que as culturas comecem também elas a serem alteradas de forma a que possamos ter a nível desta região a criação de mais postos de trabalho”.

As principais culturas no perímetro de rega da Vigia, que tem registado uma taxa de adesão a rondar os 90%, têm sido o milho, o girassol, o olival e a vinha. No futuro é esperada uma alteração no tipo de culturas, nomeadamente com um aumento de área de olival e a instalação de novas culturas na região como é o caso das nogueiras.

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