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Domingo, Abril 28, 2024

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Ministro da Agricultura inaugurou Sede da Associação de Beneficiários do Perímetro de Rega de Veiros. “Foi preciso esperar 130 anos para que este sonho se tivesse concretizado”, diz Capoulas Santos (c/som e fotos)

O Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, presidiu este sábado, dia 20 de fevereiro, pelas 15h00, à cerimónia de inauguração da Sede Social da Associação de Beneficiários do Perímetro de Rega de Veiros, no concelho de Estremoz.

A Rádio Campanário acompanhou a visita do governante que contou com o descerramento de uma placa alusiva à inauguração e uma visita à estação de bombagem, à barragem e ao perímetro de rega.

Em declarações a esta Estação Emissora, Luís Capoulas Santos referiu que “esta barragem foi equacionada, pela primeira vez, em 1885 em plena Monarquia Constitucional, o que prova que já nessa altura o regadio no Alentejo era uma visão de futuro para muitas pessoas esclarecidas, foi preciso esperar 130 anos para que este sonho se tivesse concretizado, conheceu várias vicissitudes ao longo dos anos mas o que é facto é que o projeto foi finalmente concluído e hoje foi concluída a última peça deste puzzle que é a Sede da Associação de Beneficiários, e a partir deste momento estão criadas as condições para que os 56 agricultores beneficiados por este investimento possam passar a reconverter a sua agricultura de sequeiro tradicional numa agricultura de regadio com outras possibilidades de rendimento e até de criação de emprego”.

Questionado sobre uma das preocupações do presidente da Associação de Beneficiários do Perímetro de Rega de Veiros, em que as barragens vão passar a pagar imposto de imóveis (IMI) dos terrenos e construções implantadas sobre o domínio público hídrico do Estado, o governante diz que “pagar mais um imposto causa algum constrangimento”, salientando que não está absolutamente seguro “da disposição orçamental, se abrange também as barragens agrícolas”, destacando que na leitura que fez do texto, “pareceu-me depreender que apenas se aplicaria às barragens que tem uma função de produção de energia elétrica, mas é um assunto que merece ser debatido e o orçamento ainda nem sequer iniciou a sua discussão na Assembleia”.

O Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, vai mais longe para lembrar que “neste caso, a lógica é que com a criação de receitas de venda da água aos agricultores, as Associações de Beneficiários disponham de rendimentos que lhes permitam gerir e fazer a manutenção da obra, neste caso, os agricultores ainda não começaram a regar e portanto há um conjunto de despesas que é necessário fazer e para as quais ainda não há condições de gerar receita. Há alguma solução de apoio que tem que ser garantida nos primeiros dois a três anos de funcionamento do empreendimento desta natureza, e eu vou empenhar-me nesse sentido”.

 

O presidente da Associação de Beneficiários do Perímetro de Rega de Veiros, José Nuno Pereira, declarou que há muito tempo a direção tinha o objetivo “de ter uma casa onde pudéssemos trabalhar com dignidade, conseguimos, levou alguns anos, muitos obstáculos para ultrapassar, fomos conseguindo com um bocadinho de carolice, boa vontade e hoje é uma realidade”.

Sobre as barragens estarem sujeitas a Imposto Municipal sobre Imóveis  (IMI), o dirigente associativo refere que apesar de ser um assunto que ainda não está bem esclarecido, é uma situação que o preocupa.

Para este ano, estão previstos, que 200 hectares de tomate sejam regados com a água da barragem que tem neste momento 56 beneficiários e 45 associados.

Quantos ao futuro da agricultura na zona de influência da Barragem de Veiros, José Nuno Pereira diz que “já está a mudar, vai haver mais oportunidade de negócio mais possibilidade de variação de culturas, mais rendimento e mais economia”.

 

O Aproveitamento Hidroagrícola de Veiros, com uma rede de rega de 15 quilómetros de extensão e capacidade para 1.114 hectares de regadio, vai beneficiar a partir da campanha deste ano, cerca de 60 agricultores dos concelhos de Estremoz e do concelho vizinho de Monforte, no distrito de Portalegre, atualmente objeto de uma agricultura marcadamente de sequeiro.

 
 
 

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