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Segunda-feira, Abril 29, 2024

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Montado melhora a qualidade da água, conclui estudo da UÉ

“As áreas com maior percentagem de Montado apresentam melhor qualidade de água” pois o montado “exerce um efeito positivo na qualidade de linhas de água, atuando como uma barreira à poluição e dificultando o arrastamento de compostos pelas chuvas”, a conclusão está expressa num estudo da Universidade de Évora liderado pela investigadora Patrícia Alma, investigadora do Instituto de Ciências da Terra (ICT), em parceria com Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Beja.

Outra das conclusões desta investigação, inserida no projeto ALOP – Sistemas de observação, previsão e alerta na atmosfera e em reservatórios de água do Alentejo, coordenado por Rui Salgado, também investigador do ICT e professor do Departamento de Física da UÉ, é a de que as “áreas com intensa atividade agrícola e as áreas urbanas podem contribuir para a diminuição da qualidade da água na Bacia do Guadiana”, sobretudo no período chuvoso. De acordo com Patrícia Palma “as chuvas e enxurradas são um dos principais motores de arrastamento de contaminantes para as massas de águas” e essa contaminação “é mais notória em locais com intensa atividade agrícola”. Para isso muito contribui “a utilização de fertilizantes e pesticidas e as escorrências destes para as linhas de água”, criando “um impacto direto na qualidade da água”. Neste estudo agora divulgado, fica igualmente expressa a preocupação com as águas residuais resultantes das estações de tratamento, que deterioram a qualidade das águas das ribeiras.

Para Patrícia Palma, tendo ficado “evidente a grande sensibilidade dos regimes temporários ao clima e à poluição agrícola e urbana”, torna-se “urgente o desenvolvimento de políticas de uso de solo direcionadas para a proteção destes ecossistemas e para a melhoria do seu estado ecológico e químico”, que possam ajudar a diminuir a contaminação de massas de água a jusante. A investigadora sugere ainda a “sustentabilidade da agricultura de regadio” bem como o incentivo de “uma política de usos de solos mais equilibrada por forma a controlar as áreas regadas”. “É muito importante reforçar a área de Montado, sobretudo nas áreas mais sensíveis”, conclui.

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