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O necessário para o Aeroporto de Beja é a Linha do Alentejo

O necessário para o Aeroporto de Beja complementar os de Faro e Lisboa é a Linha do Alentejo como acessibilidade ferroviária, insiste Manuel Tão, professor universitário e especialista em sistemas de transportes.

Segundo o Transportes e Negócios, o Aeroporto de Beja “é uma solução na medida em que, estando construída, carece apenas de acessibilidades para ter área de influência”, afirmou à Agência Lusa o investigador da Universidade do Algarve, à margem de um seminário organizado pela Plataforma “Sim! ao Aeroporto Internacional de Beja é parte da solução” no auditório da CCDR do Alentejo, em Évora, no qual participou como orador.

“Necessitamos que as distâncias que tem Beja a mercados como a Área Metropolitana de Lisboa ou o Algarve sejam substancialmente reduzidas”, o que “só é possível com um investimento na recuperação integral da Linha do Alentejo”, realçou Manuel Tão.

A Linha do Alentejo “tem um traçado bom” e, se fosse alvo de reabilitações, os comboios poderiam atingir velocidades de 200 quilómetros ou mais por hora. Isso permitiria “encolher distâncias”, sublinhou, assinalando que os comboios que partiriam do aeroporto de Beja levariam 40 minutos até ao Pinhal Novo (Palmela, Setúbal) e pouco mais de uma hora até Sete Rios (Lisboa) e Albufeira (Algarve).

Alertando que “a capacidade aeroportuária do país tem muitas limitações”, o investigador da Universidade do Algarve disse que o problema não afecta apenas o aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, mas também o do Algarve.

Manuel Tão deu ainda como exemplo a utilização prevista do Aeroporto de Beja, no próximo Verão, para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), considerando que “isso já é uma antevisão daquilo que o país tem pela frente”.

“Necessitamos de injectar capacidade aeroportuária num sistema que está esgotado e isso só se consegue com algo que já está construído”, pois “as necessidades são tão prementes que não há tempo para construir”, acrescentou.

Segundo este especialista, a construção de um novo aeroporto pode levar “uma década ou eventualmente mais” desde que o Governo toma a decisão de o construir até a infraestrutura entrar em operação.

“Nessa década, nem o turismo vai parar nem a pressão sobre os aeroportos existentes vai diminuir”, sublinhou.

Já o presidente da CCDR do Alentejo, António Ceia da Silva, que também esteve presente no seminário, defendeu que os argumentos da Plataforma Sim ao Aeroporto Internacional de Beja merecem “chegar ao Governo e ter sua aquiescência”. “O Aeroporto de Beja está construído e outros não estão”, destacou.

 

 

Foto: Observador

Fonte: Transportes e Negócios

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