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Segunda-feira, Maio 6, 2024

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“Paulona”A guerreira,” Dirijo-me ao povo do Alentejo. “Não deixem morrer as feiras elas são a nossa tradição”.

Hoje, na cidade de Borba, realizou-se a tradicional Feira dos Santos, um evento secular que há muito faz parte da história da região. A Rádio Campanário esteve presente e falou com a feirante Paula Branquinho, carinhosamente conhecida como a “Paulona,” que, há décadas, é uma presença assídua nesta feira.

Paula, natural de Évora, sobre a Feira dos Santos deste ano, um evento de grande relevância na região. “O tempo tem tudo a ver, mas não é o tempo. Eu penso que as pessoas estão viciadas nas compras online, as condições climatéricas adversas também não ajudam, mas a maior preocupação está na mudança de hábitos das pessoas, especialmente no que diz respeito à roupa que não são essenciais.

Paulona lamenta que a tradição da Feira dos Santos esteja a perder força, à medida que as vendas online ganham terreno. “Tenho muita pena que isto não volte à normalidade. Se não voltar, é uma tristeza grande,” acrescentou ela. “A Feira dos Santos é a tradição, as pessoas deviam sair de casa, como antigamente, mesmo a chover torrencialmente. As pessoas se “enperaltavam-se” e vinham aqui.”

Paula, que também participa em mercados em Estremoz e Vila Viçosa, conhece muitos dos habituais clientes das feiras da região. Ela acredita que o comércio online está a afetar negativamente a presença nas feiras tradicionais. “As vendas online estão a tirar o povo daqui. Esta feira é tradicional,” lamentou.

No entanto, Paula Branquinho, aos 55 anos de idade, não se deixa desanimar. E afirma com determinação: “Enquanto Deus me der saúde, eu não vou deixar a Feira de Borba nem outras feiras.” Paula tem uma longa história de participação nas feiras da região desde os seus 17 anos e não vai desistir.

Com emoção na voz, Paula encorajou as pessoas a preservarem as tradições, a saírem de casa e a apoiarem o comércio local. “Sou uma guerreira,” afirmou, dirigindo-se ao povo do Alentejo. “Atenção, Alentejo, saiam de casa, larguem a Internet, venham para a rua, vão às feiras, vão aos mercados e ao comércio tradicional, às lojinhas que não podem morrer. Vocês é que nos ajudam.

A mensagem de Paula Branquinho é um apelo para que a tradição perdure, e que as feiras como as de Borba continuem a ser parte essencial da vida das comunidades locais.

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