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Redondo: “Não temos que alimentar vícios e questões que muitas vezes permanecem no tempo muito por culpa desta má educação social que nós damos às famílias“, declara Tiago Abalroado no II Encontro das IPSS´s do Alentejo (c/som e fotos)

O Centro Cultural de Redondo acolheu, na passada terça-feira, dia 31 de maio, o II Encontro das Instituições Particulares de Solidariedade Social do Alentejo que decorreu sob o mote “Família – Centro de Ação das Instituições Sociais”.

A sessão promovida pela União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social de Évora (UDIPSS) e pelo projeto Gerar Evolução – CLDS – Redondo contou com um painel de oradores que abordou vários tópicos em torno do tema central, entre eles a importância do desenvolvimento pessoal e social, pelo Padre Ricardo Cardoso, o papel da educação familiar e parental, pela Dr. Sara Santos, a relação técnico-família, a cargo do Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social de Évora e ainda a gestão doméstica e familiar, pela Drª. Maria Elvira Conceição.

A Rádio Campanário esteve no local e falou sobre o objetivo desta iniciativa com o presidente da UDIPSS de Évora, Tiago Albaroado, que nos disse que “é refletir sobre a família e sobre aquilo que é o foco de todos estes atores, nós enquanto agentes da sociedade civil e socialmente responsáveis ou até mesmo nós enquanto sujeitos individuais, temos uma obrigação social para com as famílias e para com as pessoas”. Sublinhando que “nesse sentido é importante pararmos para pensar sobre a intervenção, como é que se deve processar e sempre numa lógica de educação social (…) o que às vezes nos falta um bocadinho e aqui falo entre aspas contras as instituições”.

Defendendo que “nós temos que perder de uma vez por todas a dimensão assistêncialista, nós temos que perceber que a família que necessita tem que ter um apoio integrado e reconfigurador que permita áquela família sair da situação que se encontra e dar o salto”. Acrescentando que “não temos que alimentar vicíos e questões que muitas vezes permanecem no tempo muito por culpa desta má educação social que nós damos às famílias, e é importantes as instituições pensarem tanto sobre isso como sobre o modelo que vamos usar daqui para a frente que esperemos que seja baseado numa lógica de concertação entre todos os agentes, orientado para a família , para a sua reconfiguração e para a potenciação do valor social junto das famílias, que é obviamente o dar o salto”.

O presidente da UDIPSS de Évora salientou que “é fundamental as instituições desenvolverem o atendimento que é aquilo que fazem hoje em dia,é fundamental as instituições darem o apoio que também fazem hoje em dia, mas é fundamental que esse apoio seja um apoio que permita dar a volta, ou seja, que a família se torne autonoma”.

Para Tiago Abalroado “era muito bom que todas as instituições fechassem a porta por as famílias estarem todas bem e desaparecer a pobreza isso era fantástico, obviamente que isso nós nunca vamos conseguir mas o que nós queremos é que pelo menos se dê um salto qualitativo a este nível, que as instituições reforcem esta abordagem no sentido de potenciar a família e também de certo modo alterar o paradigma”.

Segundo o dirigente associativo “nós sabemos infelizmente que existem famílias que são duplamente apoiadas por instituições diferentes e isso não é desejável, a intervenção deve ser focada na necessidade da família mas deve ser uma intervenção única”. Portanto ”é importante que as instituições entre si partilhem informação, partilhem dados, partilhem modelos e formas de intervenção”.

A esta Estação Emissora a Diretora do Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social de Évora, Sónia Ramos, que neste encontro lançou vários desafios a todas as instituições, referiu que “nós sabemos que a sociedade está sempre a mudar, todos nós estamos a mudar, as instituições mudam e nós temos que ter esta capacidade com muita elasticidade de nos adaptarmos continuamente às necessidades , neste caso em concreto, das famílias, porque senão as coisas não funcionam”. Realçando que” nós fazemos um grande investimento a nível financeiro, a nível de recursos, as próprias instituições e depois por vezes o que se verifica é que não há o retorno social que deveriamos ter porque acabamos por nos dispersar naquilo que é acessório e por vezes falta o foco no que é essencial”.

Sónia Ramos frisou que “nós não podemos também exigir das instituições se não dermos nada em troca, a comunidade civil tem que dar o seu contributo, dar o seu apoio, conhecer as dificuldades e também trabalhar (…) ajudar as instituições a melhorar cada vez mais “. Por outro lado “as instituições também têm que se abrir á comunidade, têm que querer ter pessoas novas, outras visões, têm que ter a capacidade de agregar todos à sua volta para cada vez trabalhar melhor e esse é sempre um grande desafio”.

Expressando ainda que “se nós tivermos uma comunidade civil forte e qualificada , tenho a certeza que também os investidores vão olhar para o Alentejo de outra forma, como aliás já têm vindo a fazer, nomeadamente no setor do turismo”.

Quanto à importância desta sessão a presidente da Direção da Entidade Coordenadora do CLDS 3G de Redondo, Ana Esteves Pinto, destacou que “a família é o pilar da comunidade e é importântissímo que todas as entidades colaborem e se articulem de forma a conseguirem melhorar todas as condições da família, para a comunidade poder evoluir e não esquecer nunca o ser humano”. Assegurando que “ temos que nos focar na parte de humana (…) para podermos colmatar muitos problemas ainda graves que existem na nossa sociedade, porque infelizmente em todos os momentos de crise vem a descoberto mais vincadamente certos problemas graves que existem a nível social, mas ao mesmo tempo é nesses momentos de crise que todos os parceiros se devem unir exatamente para aproveitarem essa oportunidade e  em conjunto tentarem resolver esses problemas sociais”.

António Recto, presidente do município redondense, garantiu que “ a Câmara Municipal de Redondo quer ter sempre uma voz ativa e quer participar em parceria com todos porque só o trabalho em parceria, é que dá os frutos que nós pretendemos para resolver as situações daqueles que mais necessitam “. Adiantando que “não sou nada defensor de cada um trabalhar por si (…) o objetivo é comum, objetivo é só um, é prestar um serviço de qualidade áqueles que mais necessitam e se for articulado em parceria entre todos certamente será muito melhor (…) e então é sempre neste espiríto aberto de colaboração, parceria que a Câmara de Redondo está sempre presente”.

 

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