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Sexta-feira, Abril 26, 2024

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Catarina Martins afirma que “ter 100% do Alqueva para a monocultura intensiva é um erro para a saúde pública, ambiente e riqueza da região” (c/som)

A Coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, esteve na passada sexta-feira, 26 de abril, em Évora para a inauguração da nova sede do partido nesta cidade alentejana.

A Rádio Campanário também esteve presente e falou com a líder bloquista que abriu as portas da nova sede a toda a gente e caraterizou esta nova casa como “um espaço de encontro, de debate e de construção de ativismos vários”.

Confrontada com a escolha de ideologia política dos alentejanos, Catarina Martins diz que a nível distrital “infelizmente com a perda de população vão elegendo menos deputado na Assembleia da Republica” e destaca que o Alentejo também vai na lista dos bloquistas às Europeias pelo nome de Ana Cardoso Pires.

No entanto a alentejana consta em 13º lugar na lista do Bloco e nesse sentido Catarina Martins relembra que “todos os votos contam e todos eles reforçam” e não esquece o papel de Ana Cardoso Pires, para além do seu “ativismo cultural”, em questões ambientais que refere como centrais para os esquerdistas.

Depois de um périplo pelo Alentejo que terminou em Évora, a líder bloquista relembra a luta do partido “para que a área irrigada pelo Alqueva não seja apenas para monocultura intensiva”, indicando que 70% da área do grande lago é dedicada a este tipo de cultura e reforça “queremos diversificação e uma agua para uma agricultura onde se possa ouvir os passarinhos como no cante alentejano se descreve tão bem”.

Nesse sentido, o Bloco propõe “que se trave o licenciamento de mais explorações de monocultura intensiva para que se estudem os seus efeitos”, não esquecendo que fora da monocultura intensiva o Alentejo tem “produtos regionais tão importantes e que estão a perder espaço”.

Questionada sobre as vantagens económicas deste tipo de agricultura, Catarina Martins afirma que “não cria emprego” e relembra que para haver uma atividade económica mais rentável não basta saber “quanto dinheiro tira da terra”, mas sim “quanto salário fica no Alentejo e quanto melhor são as condições de vida” da população.

Já as vantagens económicas a nível nacional, a líder bloquista afirma que “não nos interessa a taxa de rentabilidade muito grande de uma multinacional sediada em Espanha ou noutro país qualquer” e reforça que uma agricultura diversificada que respeite o ambiente e a saúde publica dê emprego “deixa certamente muito mais riqueza”.

No que respeita a questões fitossanitários associados à monocultura intensiva, a proposta dos bloquistas vai no sentido de propor o estudo dos efeitos deste tipo de agricultura, uma vez que segundo Catarina Martins tem registos “muito preocupantes numas zonas, outras zonas sem registo e dados às vezes contraditórios”, e por isso sublinha que “continuar a fazer sem se estudar e ter 100% do Alqueva para a monocultura intensiva é um erro para a saúde pública, ambiente e riqueza da região”.

 

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