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Sexta-feira, Abril 26, 2024

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Conheça nove das belíssimas tradições Alentejanas

As tradições do Alentejo são o reflexo da cultura e dos hábitos do nosso povo que se manifestam, por exemplo,  através da olaria, gastronomia, artesanato, música, sendo que várias são Património Cultural Imaterial da Humanidade.

Muitas destas tradições estão em risco de desaparecer e, nos últimos anos, tem-se feito um esforço para as valorizar de novo e para as recuperar. Conheça nove das mais belas tradições alentejanas, segundo a VortexMag. 

1. Chocalhos de Alcáçovas
Há mais de 2000 mil anos que se produzem chocalhos no Alentejo e a arte está quase a desaparecer. A sua importância cultural foi reconhecida e esta arte foi declarada Património Imaterial da Humanidade. Mas atualmente existem apenas 13 mestres a produzi-los.
O chocalho português produz um som inconfundível e, durante séculos, fez-se ouvir nas planícies do Alentejo. Com o abandono da pastorícia e o recurso às novas tecnologias, o seu uso foi-se tornando cada vez menos comum. Na freguesia de Alcáçovas existe o Museu do Chocalho, que conta com mais de 2 mil peças recolhidas ao longo de 60 anos.

2. Olaria Pedrada de Nisa
Não há mais nada assim em toda a olaria de Portugal. A tradicional olaria pedrada de Nisa consiste em desenhar motivos florais simétricos no barro ainda fresco e preenchê-los com pequenas pedras brancas. O resultado é uma olaria que prima pela beleza da sua simplicidade.

Trata-se de uma arte em risco de desaparecer e, nos últimos anos, a autarquia tem feito um esforço enorme para a reabilitar. Uma das ruas de Nisa foi mesmo calcetada utilizando os mesmos elementos decorativos deste tipo de olaria. O resultado é fantástico e digno de se ver!

3. Vinho de talha

Se gosta de vinho, saberá certamente que o Alentejo é rico neste néctar. Mas conhece o curioso vinho de talha, provenientes do Alvito, Cuba e Vidigueira? A cooperativa de vinhos local foi fundada em 1960, apesar de a cultura vinícola remontar à época dos romanos, que viram nos verões quentes e secos a base para vinhos de qualidade, que ainda hoje são feitos usando técnicas milenares.

Pode saber mais sobre o processo produtivo na Casa das Talhas. Mas o que são talhas? São grandes vasos de barro onde o vinho fermenta, que podem conter até mil litros de vinho e que ainda são feitos da mesma forma há 3 mil anos. O vinho de talha aguarda a nomeação para Património Cultural Imaterial da Humanidade.

4. Capote alentejano
Esta proteção contra o frio, usada tradicionalmente pelos pastores, tem-se mantido muito popular ao longo dos tempos, sendo usada tanto no dia-a-dia como em ocasiões de ostentação. Alguns locais fabricam estes capotes recorrendo ainda a técnicas e materiais ancestrais, o que dá à peça uma maior autenticidade. Assim, na sua visita, não perca a oportunidade de saber mais sobre a história desta peça e, quem sabe, de comprar um capote para si.

5. Tapetes de Arraiolos
Pouco se sabe ao certo sobre a origem desta maravilhosa tradição alentejana, mas suspeita-se que os tapetes de Arraiolos tenham origem árabe. Apesar de o ponto de Arraiolos já ter sido utilizado por outros povos europeus, sabe-se que os primeiros artesãos a produzi-los nesta vila alentejana terão sido comerciantes mouros expulsos de Lisboa no século XV.

Os artesãos mudaram-se então para Arraiolos e aqui aperfeiçoaram a sua técnica. São tapetes de elevada qualidade e podem custar milhares de euros, quantia justificada pelo muito trabalho que requerem.

6. Cante Alentejano
Esta é mais uma das tradições do Alentejo que é considerada Património Cultural Imaterial da Humanidade. O cante alentejano é cantado sem recurso a qualquer instrumento e apenas se fazem ouvir as vozes dos homens e mulheres que o cantam. É comum em todo o Baixo Alentejo, especialmente na zona de Serpa.

Surgiu entre os trabalhadores rurais e das minas. Era cantado de forma informal e as suas letras estão relacionadas com o trabalho no campo, sentimentos e até amor, sendo que também existem músicas sobre a luta dos trabalhadores pelos seus direitos. Uma das canções mais icónicas do Cante Alentejano é a “Grândola Vila Morena”.

7. Bonecos de Estremoz
Há mais de 300 anos que se fazem estes bonecos de Estremoz, cujo nome técnico é “Produção de Figurado em Barro”. As imagens representam o quotidiano das gentes alentejanas, tanto na sua vertente rural como urbana. Estão referenciadas mais de 100 figuras diferentes.

A tradição terá começado com a produção de imagens de santos em barro. Continuando nos motivos religiosos, passou-se também a produzir os elementos que faziam parte do presépio de Natal. Mais tarde, começaram a ser produzidas imagens representativas de pastores, agricultores, etc…

8. Mantas alentejanas
A origem destas grossas mantas de lã remonta ao século 13, sendo uma tradição típica do Alentejo. Foram usadas inicialmente como proteção contra o frio pelos pastores, mas acabaram por se tornar essenciais para a decoração com o passar do tempo.

Existem versões de trabalho, simples e listradas, com padrões brilhantes, e hoje estas mantas são usadas como colchas, tapetes ou até como toalhas de mesa, e podem ser encontradas na maioria das lojas de artesanato.

9. Viola Campaniça
Muito popular em Castro Verde, a tradição da viola campaniça quase se perdeu nos anos 80 do século passado, quando apenas um trio de mestres a sabia tocar. Mas esse trio transmitiu os seus conhecimentos e a sua arte a um aluno que se mostrou interessado pela arte. E se a viola campaniça ainda vive nos dias de hoje, é graças a esse aluno, Pedro Mestre.

Depois de aprender a arte, Pedro Mestre dedicou-se a fazer um levantamento entre os mais idosos das músicas tocadas com a viola campaniça e hoje é ele que transmite esta arte aos alunos de Castro Verde. O interesse renovou-se e esta tradição ganhou um novo ânimo.

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