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Debate alimenta formulação de estratégia que corresponde aos “problemas reais das populações” do Alentejo, no acesso aos fundos europeus, diz Secretário de Estado (c/som e fotos)

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDR do Alentejo) promoveu o debate “Roteiro 2019: Desafiar o Futuro”, que decorreu esta sexta-feira (18 de janeiro), em Évora, e que contou com a presença do secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, Nelson de Souza.

Em declarações a esta estação emissora, o secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, descreve a iniciativa como “oportuna e pertinente”.

Debate alimenta “formulação de estratégia bem-sucedida no acesso aos fundos europeus”
Nelson de Souza, Secretário de Estado

 

Explica que é oportuna uma vez que “se realiza num período em que estes debates vão alimentar a formulação de uma estratégia, neste caso para a região do Alentejo” no acesso a fundos europeus, permitindo que esta seja “coerente” e “fundada nos problemas reais da região”.

Descreve como pertinente, por proporcionar um debate que incide concretamente nos “problemas da região e aquilo que a região aspira vir a ser no futuro”, recorrendo a um processo de “audição e de participação mais alargado”.

Estes processos ajudam o Governo na defesa da região “nas conversações que seguem em Bruxelas a propósito do quadro financeiro plurianual”, com base em análises e conclusões recolhidas.

Questionado sobre o papel da região no processo, aponta que “os instrumentos de política regional […] devem responder às aspirações da população que aqui reside, trabalha e investe”.

Estes debates devem recolher as aspirações das populações para que estas sejam concretizadas com apoios europeus, encontrando-se numa fase de formulação da estratégia, mas que “progressivamente, passará […] para ações concretas, para investimentos”.

“Instrumentos de política regional devem responder às aspirações da população que aqui reside, trabalha e investe”
Nelson de Souza, Secretário de Estado

 

Sobre a importância das questões ambientais na formulação de estratégias, afirma que “não é possível hoje em dia falar de desenvolvimento, de qualidade de vida, sem termos em conta as questões ambientais e da sustentabilidade”. Estas devem surgir no ADN e como “pano de fundo da implementação de todas as políticas”.

Esta foi “uma iniciativa da CCDRA, não é uma iniciativa nacional, ao contrário do que possa parecer”, que surgiu “na sequência daquele que foi o desafio que nos foi feito no Concelho Regional com o Primeiro Ministro, para um contributo para a estratégia nacional 2030”, explicou à Campanário o presidente da CCDRA, Roberto Grilo.

“Nós queremos envolver todos os tipos de atores, desde as autarquias, às universidades, ao associativismo, aos municípios, às comunidades intermunicipais”
Roberto Grilo

Assim, explica Roberto Grilo, “entendemos que devíamos percorrer um caminho com a região, para a região e lançar um roteiro para pensar o futuro da região”. Algo “que não pretende estagnar este período de 2030, mas a região tem que se posicionar” e “saber o que quer e envolver todos os seus atores”.

Neste dia foram avançados alguns temas, ainda “genéricos, que queremos aprofundar com todos”, desde “as autarquias, às universidades, ao associativismo, aos municípios, às comunidades intermunicipais”, isto porque se quer “não um plano de desenvolvimento regional, mas um plano regional para o desenvolvimento”, isto é, “inverter”. Pois “queremos ter a nossa visão de onde queremos estar em 2030 e é este o desafio do futuro Roteiro 2030”, afirma Roberto Grilo.

“O Alentejo tem dado provas de que quer estar na linha da frente”
Roberto Grilo

Porém, presidente da CCDRA diz que “seria arrojado da minha parte antecipar uma conclusão que se pretende que seja coletiva e participada” e que só se obterá “na conclusão deste Roteiro 2030”.

Sobre o envolvimento das demais entidades, Roberto Grilo diz que “o Alentejo quer participar”, nesta discussão. Além disso, “eu acho que o Alentejo tem dado provas de que quer estar na linha da frente”, uma vez que “a região tem sabido apropriar-se, tem sabido dotar-se e tem sabido evidenciar-se em diversos setores e tem marcado a diferença mesmo no cenário nacional”.

Também o eurodeputado Carlos Zorrinho, eleito pelo Partido Socialista, manifestou a sua opinião relativamente ao Roteiro 2019.

Para Carlos Zorrinho “O Alentejo tem um conjunto de constrangimentos, nomeadamente constrangimentos demográficos, de território e por isso tem mesmo de ser inovador”. “Não pode fazer política regional copiando dos manuais, para o Alentejo não basta ter um plano de desenvolvimento regional, tem que ter um plano da região para se desenvolver. Isso significa em algumas abordagens sermos disruptivos, temos de criar polos de massa critica em áreas chave, atrair pessoas e fixar as que cá estão, aproveitar o fato de estarmos num corredor muito importante do ponto de vista das acessibilidades rodoviárias, ferroviárias, da energia, no fundo aproveitar tudo aquilo que é o nosso património”.

“Temos de trabalhar de uma forma agregada, porque se trabalharmos distrito a distrito, cidade a cidade, freguesia a freguesia, com a falta de densidade que temos só iremos agravar o problema e não teremos soluções”
Carlos Zorrinho

 

Na opinião do eurodeputado socialista  “é fundamentalmente um programa para a malta nova, e para tal temos de sair desta sala e  ir ás redes sociais, ás aldeias, temos de ir ter com as pessoas”.

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