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Domingo, Abril 28, 2024

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Vinhos do Alentejo com quebra de 27% no Brasil e 63% em Angola. “No mês de julho (os números) indicam que a quebra acumulada já não será tão grande”, diz presidente da CVRA (c/som)

Os vinhos do Alentejo registaram uma quebra de cerca de 27% para o mercado brasileiro e 63% para o mercado de Angola mas contrariamente registou um crescimento de 87% no mercado asiático.

Em declarações à Rádio Campanário, o presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), Francisco Mateus, expressou que desde há três anos a CVRA lançou uma espécie de competição no mercado do Brasil “para que os sommelier brasileiros pudessem vir a ser reconhecidos como especialistas em vinhos do Alentejo. Este ano vamos voltar a fazer essa atividade que é importante para nós, o mercado brasileiro é importante para os vinhos do Alentejo e o que queremos com isto é que quem serve o vinho no restaurante, seja mais informado sobre os vinhos alentejanos e possa fornecer ao consumidor brasileiro uma informação boa e consequente sobre aquilo que aprendeu quando vier a Portugal. É uma forma de aproximarmos o sommelier que é um fazedor de opinião, junto dos vinhos do Alentejo e através disso, fazer chegar uma mensagem ao consumidor”.

Questionado sobre a quebra acentuada da exportação de vinhos do Alentejo para o mercado brasileiro, Francisco Mateus diz que tem a ver com a “relação entre o real e o dólar que prejudica sempre as exportações. No ano passado também tivemos a perceção que tinha havido um ligeiro crescimento das exportações do Alentejo para o Brasil e deveu-se também às alterações ao nível fiscal no lado brasileiro que fez com que o ano de 2015 tivesse um crescimento positivo, mas vemos que a economia brasileira está num momento de contração e é normal que os consumidores revejam quais são os cabazes de produtos que compram (…) e nós temos reparado que o Brasil está com menos dinâmica e os vinhos do Alentejo estão também a sofrer com isso”.

O presidente da CVRA acredita que através das ações desenvolvidas “possam levar a que até ao final do ano, a tendência esteja melhor, não sei se iremos acabar o ano com um crescimento positivo, mas seria bom não terem uma quebra tão acentuada como aquela que registamos nos primeiros seis meses”.

Instado diz que a quebra ronda os 27% nas exportações para o Brasil”, embora “os dados sejam ainda muito preliminares. No mês de julho indicam que a quebra acumulada já não será tão grande”.

Quando perguntado sobre as reações dos outros mercados internacionais, Francisco Mateus afirma que “temos sentido, nos vinhos portugueses no geral, uma quebra bastante acentuada para o mercado de Angola que é também um mercado importante para nós. É também um país que tem tido uma conjetura económica difícil e depois os resultados ao longo do ano têm vindo a degradar-se. Começamos o ano com dados menos maus, mas até junho as exportações para Angola já tinham caído 63%”. Acrescenta que existem “outras geografias onde as coisas estão a correr melhor, nomeadamente na Ásia que neste momento cresceu 87%, a China, a Rússia, o Japão, com um conjunto de números muito interessantes e isto faz-nos olhar para estes mercados como mercados que podem vir a ser pesados para os vinhos do Alentejo e para não termos tanta dependência dos mercados mais tradicionais como era o Brasil e Angola”.  

Salienta que na Europa “temos mantido ligeiramente aquilo que tivemos no ano passado no primeiro semestre, há algumas variações em alguns países, mas são coisas pouco significativas e temos os Estados Unidos que é o mercado mundial de vinhos e onde nós estamos sensivelmente com a mesma quantidade que tínhamos no ano passado e que é um bom indicador”.

Questionado sobre se existe uma estratégia para fazer face ao último registo de vendas, refere, “no que respeita aos mercados internacionais a estratégia tem que ir sendo aferida periodicamente para nós atacarmos os mercados que forem eleitos em função do desempenho que eles têm”.

Destaca que o mercado interno absorve metade dos vinhos do Alentejo “o que é muito importante para nós (…) e temos que olhar para o mercado nacional como sendo 50% das nossas vendas”.

Os vinhos do Alentejo comportam 1.900 produtores de uvas e 235 empresas que comercializam vinhos com a garantia de origem e qualidade atestada pela CVRA.
A área de vinha aprovada para produção de vinhos DOC Alentejo e Regional Alentejano totaliza 22.315 hectares. A área de vinhos DOC Alentejo é de 15.445 hectares.

         

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