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Volta ao Alentejo: O veterano Benta precisava de “ares novos” e arriscou mudar

 O ciclista João Benta abraçou uma “mudança brusca” na carreira ao trocar a Rádio Popular-Boavista pela Efapel, um desafio que aceitou por precisar de “ares novos” e de uma renovada ambição aos 35 anos.

“Foi uma mudança brusca na minha carreira. Já estava no Boavista há cinco anos, sem dúvida que era uma casa onde me sentia bem. Sou considerado mais velho, mas a nível de ambição sinto-me jovem e achava que precisava de mudar, que precisava de novos desafios, outro tipo de ambição”, começou por revelar à agência Lusa.

Assim, quando José Azevedo o contactou, “quando ainda não existia nada na estrada, era apenas falado e acreditar na palavra dele”, o projeto apresentado atraiu-o “bastante”. “Falámos abertamente de tudo o que ia ser o projeto e, aí sim, percebi que estava dentro do que pretendia, do que precisava de mudar, e não pensei duas vezes”, completou.

Eterno candidato ao pódio da Volta a Portugal, prova na qual já foi quinto (2020) e sexto (2018 e 2019), Benta confessa que lhe custou “sinceramente sair daquela casa”, que foi sua durante cinco temporadas, porque “gostava das pessoas”.

“Tinha as minhas oportunidades, sempre tive o meu papel de líder, fazia com que toda a gente estivesse bem dentro da equipa, olhava muito pelos meus colegas, mas precisava de algo diferente, ares novos. Foi uma decisão conversada com a minha família. Foi receber a proposta, pensar sobre ela e nem hesitei. Não tive qualquer medo da mudança”, assumiu.

O corredor de Esposende reconhece que, “certamente, se tivesse outra mentalidade”, a de se deixar estar, não teria arriscado. “Com os 35 anos que estou, a fazer 36, até pensaria ‘vou-me deixar estar, termino aqui a carreira no Boavista, onde me sinto bem’. Não tive qualquer medo de mudar, para o ano se tiver de abandonar, abandonarei. Só que precisava mesmo disto. Acho que foi a escolha acertada”, sustentou.

Embora admita que o “dinheiro” o influenciou a embarcar nesta nova aventura, até porque o ciclismo “é um desporto limitado ao nível de anos de profissão”, foi o projeto em si, a ideologia “avançada” do mesmo, influenciada pela experiência “lá fora” do diretor desportivo José Azevedo, que o convenceu.

“Tudo isso fez com que achasse que era disto que eu precisava: de um desafio diferente, de uma maneira de correr diferente, porque cada diretor tem a sua maneira de correr. Isso foi o que me aliciou”, corroborou, assumindo que, apesar da mudança, ainda mantém o sonho de chegar ao pódio da Volta a Portugal.

O regresso do ‘pródigo’ José Azevedo, após uma década de experiência internacional, causou grande expectativa no pelotão nacional, elevando a fasquia para uma equipa recém-nascida, que ‘roubou’ um dos mais antigos e fiéis patrocinadores, a Efapel, à formação de Carlos Pereira, e para os ciclistas que nela correm.

“Desde o início, sabíamos que íamos ser bombardeados pelo positivo e o negativo. Foi uma coisa para a qual o Zé nos preparou e traçámos uma linha: não somos nem mais nem menos do que ninguém, nem corremos contra ninguém, nem nos aliamos a ninguém. Corremos para nós, fazemos a nossa tática. Corre bem, corre. Corre mal, temos de assumir”, indicou Benta, que está a participar na 39.ª Volta ao Alentejo em bicicleta, cuja terceira etapa liga hoje Elvas a Ponte de Sor, no total de 176,6 quilómetros.

O veterano reconhece que o momento ainda é de adaptação para os ciclistas da Efapel, que se ‘encontraram’ nesta equipa sem antes terem coincidido como colegas.

“Apesar de nos conhecermos como adversários, não nos conhecemos como colegas de equipa. Estas primeiras corridas têm servido bem para fazer essa ambientação e acho que isso vai dar um fruto bom para os nossos resultados. Toda a gente tem o seu papel, o Zé explicita muito bem isso”, notou, antevendo um futuro risonho para a nova formação.

C/lusa

Foto/créditos: Sapo desporto

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