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“Voltámos a ser líderes de mercado”, afirma Miguel Feijão, recandidato à presidência da Carmim, em balanço do seu atual mandato

A Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz (Carmim), irá a eleições para a administração, no dia 24 do presente mês.

Miguel Feijão, Presidente da Carmim desde 28 de julho de 2014, falou aos microfones da Rádio Campanário, fazendo um balanço deste mandato da sua lista, que agora se recandidata.

Considera Reguengos de Monsaraz “indissociável dos vinhos”, declarando ser a “capital dos vinhos de Portugal”, com 5 mil hectares de vinha, na região.

Tendo a antiga direção cumprido 5 mandatos, correspondentes a 15 anos, Miguel Feijão afirma que, com o decorrer do tempo “as pessoas vão cristalizando e vão tendo menos ideias”, diminuindo a sua capacidade inovadora.

Atualmente, avança, “somos a maior adega cooperativa, com produção própria de vinhos, do país”, responsabilizando-se por cerca de 27% das exportações de vinho, do Alentejo.

Os mercados internacionais, atualmente, incluem maioritariamente França, Suíça, Estados Unidos e Brasil, mas também Angola e Norte da Europa.

Miguel Feijão declara que “o mercado está sempre em completa rotatividade e em completa mutação”, pelo que é necessário dinamizar e acompanhar o mercado.

Em 2014, a atual lista em funções, declara, concorreu por considerar que faltava “capacidade comercial” à Carmim. Neste mandato, a produção de 9 milhões de litros de vinho engarrafado, passou para os 15 milhões de litros, tendo sido por isso suprimida a venda de vinho a granel.

O preço do vinho sofreu um aumento de 25%, que possibilitou um aumento semelhante, ao pagamento (por quilo) aos agricultores.

Tendo sido reduzida a dívida da Carmim, para metade, Miguel Feijão afirma que “o balanço destes 3 anos é altamente positivo. Voltámos a ser líderes de mercado, e voltámos a ser respeitados por todos os outros”, afirma, avançando que o objetivo é sempre “colocar os vinhos do Alentejo, com a posição que merecem em todo o mundo”.

Ao tomar posse em 2014, o atual presidente diz ter encontrado “uma Carmim deprimida, uma Carmim com pouca viabilidade junto dos bancos”. Atualmente, afirma, a empresa tem “uma saúde financeira muito positiva”.

Quando iniciou a sua atividade em 1971, a cooperativa contava com 60 sócios, atualmente tem cerca de 900 sócios, mas, não ponderam conceder acesso a mais, para não dificultar a “capacidade comercial da Carmim, face ao volume” de produção.

“Hoje”, defende, “temos dificuldades, precisávamos de mais vinho”, pois registam um défice de hectares de vinha, relativamente há uns anos. “Precisávamos de ter, eventualmente, mais uma área de vinha, para poder fazer face aos nossos compromissos”.

Comparativamente aos preços praticados junto dos produtores, à tomada de posse, comparativamente à atualidade, afirma que “pagamos em média mais 9 cêntimos por cada kilo de uva”, que então, ou seja, “em 100 mil quilos, cada associado recebe hoje mais 9 mil euros”.

Este fator, “tem gerado no mercado interno da região de Reguengos, a transação de hectares de vinha por valores muito mais elevados do que se verificavam há 4 anos”, encontrando-se “quase ao dobro do preço”.

Isto deve-se, acredita, a “dois fatores fundamentais para manter a qualidade dos vinhos”, o enólogo Rui Veladas e os associados que, ao receberem mais, tratam melhor as suas vinhas.

A evolução, tanto nacional como internacional do mercado dos vinhos, tem levado a processos de inovação, em que, para além das castas tradicionais, a Carmim tem vindo a associar “castas que vêm de outras regiões do país”. Estas, apesar de não terem a acidez proporcionada pelo sol da respetiva região, tem as caraterísticas necessárias “para que os vinhos evoluam e sejam cada vez melhores”.

Relativamente ao enoturismo, afirma que é um foco, tendo “todo o interesse em que as pessoas nos visitem”. Contudo, tendo em conta que não são “donos das vinhas”, complica a criação de pacotes que englobem visitas à vinha, à adega e respetiva prova de vinhos.

Em 2015, Reguengos de Monsaraz foi considerada Cidade Europeia do Vinho, facto que atribui à promoção incansável do “município de Reguengos”, assim como aos “outros produtores […] pela qualidade que têm, pela capacidade” de colocação internacional.

Terminado o balanço, afirma que deixou duas promessas por cumprir. A primeira consistia na contratação de “um diretor geral para administrar a Carmim”, processo que foi iniciado, mas cujo concurso foi abandonado por não terem encontrado candidato adequado ao perfil pretendido.

A segunda promessa que a sua lista não cumpriu nos três anos do mandato, foi a criação de “uma sala, […] uma hora, para receber os associados”: A espontaneidade destes em procurar a empresa, tornou desnecessária a criação da medida, explica.

Para a segunda fase do mandato, Miguel Feijão apresenta a intenção de “restruturar a Carmim, internamente”, ao nível da componente administrativa e dos recursos humanos, assim como procurar “sempre novos mercados”.

Desde a sua criação, que a cooperativa integra também a produção de azeite, pelo que, o presidente declara que “procuramos incentivar as pessoas a termos mais olival”, pois a sua boa colocação no mercado, faz com que fosse necessário “ter o dobro do azeite que temos”, para dar resposta à procura.

Miguel Feijão, declara que, há 3 anos, “constituímos uma lista porque achávamos que a Carmim não estava bem”. Atualmente, considera que concede dinamismo que concede ao mercado e “sustentabilidade às suas produções”, razões pelas quais apela “que as pessoas pensassem nelas próprias, como agricultores”, e que, na tomada de decisão, tomem em conta os resultados atingidos pela atual administração, assim como os benefícios para a sua exploração.

 

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