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Quarta-feira, Maio 1, 2024

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A dura realidade do Alentejo dos anos 50: As senhoras da caridade e a dura realidade dos mais pobres.

No coração do Alentejo, na década de 1950, desenrola-se uma história que ilustra a realidade sócio-económica da época e a generosidade de alguns em face das adversidades alheias. Neste cenário, surge a figura de Mestre Simão, em torno da qual se tece o relato das Senhoras da Caridade e a sua missão de auxílio aos mais necessitados.

As Senhoras da Caridade, movidas por um espírito de benevolência, decidiram fazer algo concreto pela população mais pobre. Com esse intuito, pediram ao carpinteiro que as acompanhasse, munido de lápis e papel, numa caminhada pelas habitações mais humildes da região, com o objetivo de identificar as necessidades básicas dos seus habitantes.

As moradias que pretendiam visitar eram construídas pelos próprios moradores, caracterizando-se pela ausência de portas e janelas, pisos térreos desprovidos de qualquer tipo de mobiliário, recorrendo apenas a caixotes para alguma organização. Os locais de descanso consistiam num simples estrados de palha sobre o chão, cobertos por sacos, onde as crianças, numerosas em cada família, se distribuíam de maneira improvisada para dormir.

Confrontada com a dura realidade dessas famílias, uma das senhoras expressou a sua consternação: “Como é que eles conseguem dormir, os pobres!” Uma outra, tentando oferecer algum consolo, respondeu prontamente: “Eles já estão habituados.” Este encontro com a dura realidade dos mais desfavorecidos deixou claro que as necessidades eram tão vastas que, paradoxalmente, o carpinteiro não encontrou oportunidade para qualquer intervenção.

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