A Escola Secundária André de Gouveia, em Évora, foi construída há cerca de 40 anos, sendo a única escola da cidade, a nunca ter sofrido quaisquer obras de modernização ou requalificação.
Com o passar das décadas, o edifício tem-se vindo a degradar, apresentando atualmente, condições inadequadas para o seu normal funcionamento.
A Direção do Agrupamento de Escolas, através de ofício, já comunicou a situação à autarquia, assim como aos deputados eleitos pelo distrito. Apesar do assunto ter sido levado à Assembleia da República, ainda não obtiveram qualquer resposta. Existe verba comunitária cabimentada à requalificação do edifício, não existindo, contudo, entendimento entre a autarquia e o Ministério da Educação, relativamente à responsabilidade dos 15% de financiamento público.
Dulce Santos, Presidente da Assembleia Geral da Associação dos Pais da Escola Secundária André de Gouveia, falou à RC sobre a situação desta escola que, afirma, “necessita de uma requalificação de fundo”.
Explica que, “há cerca de dois anos, foi feito um mapeamento pela DGES” em que a escola “constava com a necessidade de obras de fundo”.
Os problemas apresentados pelo edifício passam pela chuva “dentro das salas”, explica, “há curto-circuitos constantes com danos irreparáveis, […] amianto no pavilhão desportivo” devido a fissuras na cobertura de fibrocimento, entre outros.
Preocupada pelo arrastar da situação, a direção da escola contactou a associação de pais, pois aguarda “há dois anos […] por uma resposta relativamente a esse mapeamento”.
Devido à presença da Escola André de Gouveia no mapeamento da DGES, “foi aprovado um fundo comunitário”, destinado à requalificação da escola.
Dulce Santos diz que o entrave encontrado, “pelo que percebemos, […] tem a ver com a parte dos 15% do fundo público”, considerando que, devido ao facto de ser uma escola, “esses 15% têm sempre que ser suportados pelo Estado”, através do Ministério da Educação.
Na falta deste apoio do estado, a associação de pais considera que deveria haver alguma “abertura por parte da Câmara” de Évora, uma vez que é “uma escola que serve a comunidade”.
Ao que a associação de pais conseguiu apurar, poderá estar a ser negociada a divisão desse valor entre as duas entidades.
Os alunos, que são os “principais prejudicados no meio disto tudo”, têm vindo a manifestar o seu descontentamento com as condições da escola, junto da direção do agrupamento, “através da sua associação de estudantes”.
Apesar das condições adversas e das reclamações por parte dos alunos, Dulce Santos afirma que “não há meninos a sair da escola”, e que as notas dos mesmos não têm sido afetadas.
Isto deve-se, acredita, ao facto de haver “um grande esforço por parte da direção do agrupamento […] e por parte do corpo docente, para que as coisas corram bem”.
Toda esta logística, para tentar manter o normal funcionamento das aulas, afirma, “implica mais trabalho, implica mais responsabilidade”.
“Foi feita uma visita por parte do deputado do PS, eleito pelo distrito, Norberto Patinho”, avança, em que o mesmo reuniu com a direção do agrupamento e a associação de pais da Escola André e Gouveia. Foi exposto o problema, e o deputado já estaria a par da situação.
Presentemente, enquanto associação de pais, juntamente com o agrupamento, pretendem “solicitar uma reunião à câmara, e falar com o senhor presidente”, à semelhança do que a direção já fez anteriormente.
Dulce Santos realça a importância de encontrar uma solução, para que possam proporcionar aos alunos as condições necessárias, pois, afirma, “temos que pensar em primeiro lugar no bem-estar deles”.
Apesar de várias tentativas, a Rádio Campanário não conseguiu obter declarações por parte da Câmara Municipal de Évora, relativamente ao assunto.