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Domingo, Abril 28, 2024

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“Os lares não são hospitais”, alerta Provedor da Misericórdia de Redondo, em entrevista à RC (c/som)

Em entrevista à Rádio Campanário, o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Redondo, João Azaruja, mostra-se preocupado com o impacto da pandemia COVID-19. A Misericórdia de Redondo já reorganizou os turnos dos funcionários, agora desencontrados, “para que as pessoas se cruzem o menos possível”, e reorganizaram os quartos, para que haja espaços destinados ao isolamento. Mas o Provedor teme que chegue a um ponto em que não tem mais quartos para colocar idosos em quarentena.

“Esses quartos têm sido usados pelos utentes do Lar que precisam de se deslocar ao Hospital de Évora, onde acabam por fazer a despistagem à COVID-19 e esses utentes deram negativo. Mesmo assim, e cumprindo com as normas das Autoridades de Saúde, quando regressam ao Lar, ficam em isolamento por 14 dias”, conta o Provedor.

João Azaruja tem acompanhado a situação de alguns lares do país e deixou uma crítica ao Governo e às Autoridades de Saúde: “Não se pode comparar um lar a um hospital. Tive conhecimento que num lar em Viana do Castelo, uma idosa testou positivo, foi para o Hospital e depois mandaram-na de volta para o lar. Preocupa-nos estas situações, porque podem acontecer connosco e isso contribui para que não tenhamos depois quartos para retaguarda”.

O provedor compreende “que ninguém está preparado para uma situação deste tipo. E se não conseguem dar resposta, é porque não têm mais meios disponíveis”, mas na sua opinião, “deve haver casos prioritários, como os utentes dos lares de idosos, e cabe à classe política definir essas medidas. Tenho noção que estamos a viver um momento muito difícil, mas não está a ser dada a resposta ideal. Deveria haver prioridade para os testes aos lares de idosos, porque os lares são, perdoe-me a comparação, uma «bomba-relógio». É uma situação muito preocupante”.

Caso apareça algum infetado por COVID-19, João Azaruja assegura que “existe um plano de evacuação, elaborado pelo Município de Redondo e em articulação com a autoridade de saúde, em que os casos infectados são transferidos para um espaço próprio no Pavilhão Gimnodesportivo ou para o Centro Escolar”.

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